L! Espresso: Liberar áudios do VAR é uma forma de reduzir a indignação seletiva os clubes

Pior para os dirigentes que insistem em transformar em vilão tudo aquilo que não os favorece

Escrito por

Foram inúmeras as edições do Brasileirão corroídas por reclamações quanto à lisura da arbitragem. Até surgiu a expressão "o campeonato está manchado" quando algum time, quase sempre na liderança, era beneficiado por erros dos juízes. O advento do VAR não resolveu isso por completo.

A tecnologia evita erros mais grosseiros, como gols de mão, pênaltis escandalosos ou impedimentos sem a necessidade de da linha calibrada, mas a mentalidade de conspiração permanece viva entre dirigentes, técnicos e jogadores.

Um bom exemplo é Renato Portaluppi, técnico do Flamengo, que acusou o VAR de apitar o jogo no empate contra o Cuiabá, mas, após o pênalti marcado a favor no último lance contra o Athletico, disse que o VAR tinha feito o seu papel.

Diante da indignação seletiva, é um bom sinal a informação, revelada pelo 'ge', de que a CBF começará a divulgar publicamente os diálogos dos juízes de campo com a equipe de arbitragem de vídeo. 

A medida, que entrará em vigor até o início de novembro, segue o que a Conmebol já faz com os torneios que organiza, melhorando a  transparência nas tomadas de decisão e a compreensão de torcedores sobre os processos envolvidos. Diminui também o poder das narrativas individuais dos clubes, evocadas apenas quando sentem que seus times foram prejudicados.

O VAR não é perfeito e sua aplicação ainda é cercada por erros, mas é um caminho sem volta. Pior para os clubes que insistem em transformar em vilão tudo aquilo que não os favorece.

O LANCE! Espresso é uma newsletter gratuita que chega de manhã ao seu e-mail, de segunda a sexta. A marca registrada do jornalismo do LANCE!, com análises de Fabio Chiorino e Rodrigo Borges. Clique aqui e inscreva-se.

Siga o Lance! no Google News