Felipe Rolim: A busca do Internacional por um 9 e seu modelo de ataque
O sucesso recente de Thiago Galhardo e Yuri Alberto combinado com a baixa produção de gols no início do Brasileirão impulsiona o clube a ir ao mercado
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Um dos assuntos da semana foi a possível necessidade do Internacional buscar um centroavante no mercado. Mano Menezes é um técnico experimentado e a análise de mercado do clube é bem conduzida tanto para propor quanto para reagir a possíveis ofertas. O ponto aqui é o torcedor, o apaixonado que vê o Colorado fazer sete gols em sete jogos e conclui que falta quem coloque a bola mais vezes dentro da meta adversária. Mas como seria esse centroavante?
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O Internacional deu uma guinada em suas contratações e, em vez de estrangeiros que despontavam na América do Sul, trouxe um velho conhecido. Mano não é exatamente sinônimo de estabilidade por conta de seu último trabalho no Brasileirão, comandando o Bahia, mas, taticamente, seu padrão de jogo não deve pegar ninguém de surpresa.
No entanto, o Inter de Mano começa o Brasileirão econômico nos gols feitos e sofridos. Sete jogos, sete gols a favor e sete contra. A média histórica de Mano Menezes na Séria A do Brasileirão é melhor no ataque (1.27 gols por jogo) e pior na defesa (1.12 gols por jogo). E a solução para aumentar os gols feitos sempre parece simples: tragam um 9.
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Mas tem que ser um 9 que encaixe em um time sem profundidade, que ataque em transição, que se movimente, que tenha resistência para sprints em direção ao gol adversário com frequência e que faça pivô e se associe com os meias abertos. O que Mano tem conseguido mais e melhor com David, formado como um atacante de beirada, e Mauricio, um meia ofensivo que vem dividindo a faixa central de ataque com o primeiro. Wesley e Alemão, noves de ofício, não tem respondido bem e a primeira opção para fazer dupla com David tem sido Alan Patrick.
O Internacional tem jogado no 4-2-3-1 (e suas variações como o 4-4-2 e o 4-4-1-1), que é como Mano normalmente monta seus times e tem em David seu homem de frente, ladeado pelo meia avançado que marca a frente dos meias de beirada. Mano ataca em transição, tenta resolver rápido e se o adversário vier recompondo com rapidez a saída é inverter o corredor da jogada, sempre com poucos toques diagonais. Quando a bola bate em Wanderson ou Edenilson, aí sim, o time ganha profundidade e ataca a área adversária com pelos menos três jogadores. O mapa de calor produzido é semelhante a uma ferradura aberta para o ataque, mostrando um bloco médio compacto e escapadas pelos corredores. Contra times considerados mais fracos, como Cuiabá e Avaí, o Internacional esquentou mais a intermediária ofensiva, sem, no entanto, escurecer a faixa central de ataque.
O vídeo da semana é sobre esse modelo de ataque do Internacional, mostrando o quanto David produziu em comparação com Wesley com base no xG (expected goals) e mostrando o mapa de calor de David, Maurício, Wesley e Alemão. Aqui a ideia não é concluir e o time precisa ou não de outro centroavante, mas analisar como o time joga e como os atacantes precisam se encaixar.
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