Felipe Rolim: O animador início de trabalho de Felipão no Athletico-PR

Depois de 21 jogos pelo Grêmio em 2021, Luiz Felipe Scolari voltou ao comando de uma equipe da primeira divisão nacional, dessa vez o Athletico-PR, onde tem feito bonito até o momento. Contando Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores, são cinco vitórias e apenas uma derrota, para o Fluminense, no começo da caminhada. E que bom recomeçar um trabalho, em um clube novo, aos 73 anos de vida. Seja bem-vindo de volta ao Brasileirão, Felipão.

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O saldo de resultados é muito bom e a análise da performance também é positiva. Mesmo tirando da soma as goleadas sobre o Tocantinópolis (4 a 0) pela Copa do Brasil e sobre o Caracas-VEM (5 a 1) pela Libertadores, os indicadores de performance são animadores.

A começar pela parte tática. Felipão utiliza como padrão o 4-2-3-1 com ênfase no ataque rápido e pelas beiradas; porém, diferente de seu último trabalho no Grêmio de muita linha de fundo para potencializar o centroavante Borja, o Furacão concentra jogadores próximos à bola (o “centro do jogo”) e faz a pelota entrar na área com passes curtos e médios, muitas vezes rasteiros. Pablo e Terans são o centroavante e o meia central avançado.

Há muita troca de posição entre os dois, com Pablo avançando para fixar a linha adversária e voltando para marcar o volante ou lateral construtor adversário, enquanto Terans pode se projetar para receber uma segunda bola pelo alto ou para, na pressão alta, ajudar a induzir a saída adversária para os lados ou para a bola longa.

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Os jogadores de lado costumam ser Cuello pela esquerda e Canobbio pela direita, além de boa participação de Pedro Rocha por ambos os lados. Por dentro, na faixa central, destaque para Christian por jogar de área à área e ajudar nas fases defensiva e ofensiva do time.

Alguns padrões de transição, ataque e defesa já se desenham nesses seis primeiros jogos. Normalmente seis jogos é o mínimo para análise de padrões coletivos, mas no futebol brasileiro muitos já relatam, fundamentam, sentenciam o trabalho e executam nesse período.

A intenção não é essa, e ideias mudam pelo contexto, assimilação do time e confiança pelos resultados. Felipão tem usado demais os corredores laterais para progredir em campo e, ao menor sinal de balanço do time adversário para o setor da bola, a ordem é inverter a jogada rapidamente, usando o meio de campo somente como apoio para a circulação.

O lado esquerdo tem funcionado melhor, e Abner é um dos destaques auxiliando Cuello e os atacantes na fase ofensiva. Sem trocar passes em demasia e sem ficar muito com a bola em campo ofensivo, o Athletico, sob o comando de Scolari, teve menos posse de bola que Fluminense, Avaí e Cuiabá, mas finalizou mais que os adversários.

Isso reflete o ataque rápido e o desfecho da jogada, mesmo que longe da melhor condição, mas diminuindo a chance potencial de ter a bola roubada e sofrer o contragolpe. O ataque de Felipão é direto, mas seu time chega em peso na área oposta (outro padrão) sempre tendo alguém para brigar por uma segunda bola ou rebote do goleiro.

Defensivamente, o Furacão ainda não apresenta uma boa porcentagem de vitória nos duelos aéreos, o que pode ser um sinal amarelo, mas é algo que Felipão costuma consertar a médio prazo. Coletivamente, também se observa que a última linha de quatro jogadores não fica tão sustentada, com o lateral do lado da jogada se destacando para marcar e até perseguir. Com isso, o lateral oposto assume uma função de terceiro zagueiro balançando bem para a faixa central e os demais espaços são preenchidos pelos jogadores de meio de campo.

Vem dando certo e o Furacão subindo na tabela sob nova administração.