A adaptação do seu calendário ao modelo europeu seria o primeiro passo para o futebol brasileiro evoluir. Acabaria de uma vez por todas com as defasagens causadas pela janela, e daria a cada clube mais condições de planejar sua temporada.
Porém, a reformulação não pode parar por aí. É preciso ajustar as datas de competições, para que nenhum clube seja obrigado a preterir uma das lutas por título. Porém, movimentos no calendário não podem acontecer de uma hora para outra, como o caso do G6 do Brasileiro para a Copa Libertadores.
Como um dirigente ou um treinador vai fazer planejamento de qualidade se o calendário tiver mudanças drásticas ano a ano? Principalmente, de uma forma que ele consiga minimizar que o plantel sofra desgastes para lidar também com luta por Estadual, Primeira Liga, Copa do Brasil e Brasileirão.
O momento é de um debate maior, com pessoas especializadas no assunto, visando um projeto a longo prazo, que busque a renovação também nos regulamentos de cada competição. Afinal, o Brasil tem de por fim a muitos dos problemas que também fazem parte do dia a dia dos clubes.
* Paulo César Tinga é ex-jogador e tem passagens por clubes como Grêmio, Internacional, Borussia Dortmund (ALE) e Cruzeiro.