Nada de Maracanã, nada de Nilton Santos. A Rio-2016 precisou dos dois, e os times grandes do Rio que estão na Série A ficam sem um os dois principais estádios da Cidade Maravilhosa. Como ninguém pensou com antecedência em uma alternativa viável para abrigar as partidas, o jeito vai ser começar o Brasileirão com o "step" de sempre: o Raulino de Oliveira, em Volta Redonda.
Ou seja, o torcedor da capital vai ter que esperar para ver os grandes na cidade. No caso do Flamengo, que transformou Volta Redonda na opção a ser mais utilizada, é praticamente impossível que isso aconteça enquanto o Maracanã estiver entregue ao Comitê Olímpico Internacional. Fluminense e Botafogo recorreram aos "primos pobres", mas ainda há trabalho a ser feito.
Veja a situação da cada clube:
FLAMENGO
O Flamengo já avisou que vai mandar os jogos de menor apelo em Volta Redonda. Para partidas com maior potencial de arrecadação, contra times mais populares, o estádio Mané Garrincha, em Brasília, vai se tornar a casa rubro-negra, como contra Palmeiras (6ª rodada), São Paulo (9ª rodada) e Atlético-MG (14ª rodada). Eventualmente, outros estádios fora do Rio poderão ser usados.
A diretoria já confirmou que irá se responsabilizar pela manutenção do estádio da capital federal e não vê risco de acumular prejuízo por conta disso. Em Volta Redonda, os responsáveis pelo estádio garantem que não será necessária qualquer intervenção para preparação visando ao Brasileirão, já que o Raulino de Oliveira está sendo usado com sucesso desde o Estadual e também na Copa do Brasil.
-Para o município e a região é importante. No Carioca, foram 20 jogos dos profissionais e sete dos juniores. Ficou tudo certo. Para o Brasileiro, fomos procurados pelo Flamengo, recebemos o presidente aqui e ficou acertado. A prefeitura continua fazendo a manutenção - afirmou Betinho, administrador do estádio.
FLUMINENSE
O Fluminense também vai começar o Carioca em Volta Redonda. Mas isso tem os dias contados, já que o clube acertou uma parceria com o América-RJ para reformar e utilizar o estádio Giulite Coutinho, em Edson Passos.
- O América vai ter um gramado novo, dois vestiários novos, um conjunto de intervenções que são a favor do patrimônio. Como não vamos nos envolver no investimento, a parte de custos fica com o Fluminense - avisou o diretor executivo do América, Marco Antônio Teixeira.
O Fluminense estima gasto de aproximadamente R$ 700 mil com as intervenções, que devem levar até dois meses para serem concluídas. A iluminação, no entanto, não está na lista.
- Tivemos jogos do Carioca e não houve nenhuma queixa da Globo ou do Sportv em relação a isso. Então, entendemos que a iluminação é satisfatória. Se houver qualquer coisa, a televisão naturalmente vai informar - completou Teixeira.
BOTAFOGO
O Botafogo aposta no projeto de reformar e ampliar a capacidade da arena usada pela Portuguesa, na Ilha do Governador. Assim como os rivais, a caminhada como mandante começará em Volta Redonda, mas o planejamento é ter uma casa alternativa fixa durante o fechamento do Nilton Santos para a Rio-2016.
- Não vai ter gasto adicional porque vamos usar o dinheiro que já estava sendo aplicado para a manutenção do Nilton Santos. Será um reescalonamento - afirmou o presidente alvinegro, Carlos Eduardo Pereira, que só não colocou o Fogão para estrear em Juiz de Fora porque a tocha olímpica vai passar no domingo na cidade.