Aos 30 minutos do segundo tempo, a partida entre Portuguesa Santista e São José, pela Série A2 do Campeonato Paulista, foi interrompida pela denúncia de um caso de racismo do goleiro Tom Cristian, que defende a Briosa. Segundo o atleta, ele ouviu das arquibancadas insultos racistas de torcedores do próprio time.
➡️ Siga o Lance! no WhatsApp e acompanhe em tempo real as principais notícias do esporte
A equipe mandante decidiu não retomar a partida. A arbitragem aguardou mais 30 minutos e decretou o fim do jogo após o elenco da Portuguesa decidir deixar o gramado. Tom se posicionou em suas redes sociais relatando a situação e questionou o comportamento dos torcedores contra um atleta que atua no clube.
- Eu vim aqui para a Portuguesa, com toda a boa vontade, com toda a minha energia, para ser vítima de crime da minha própria torcida? - disse.
Na sequência, Tom Cristian registrou um Boletim de Ocorrência na delegacia do próprio estádio e recebeu o apoio de atletas e da comissão técnica da equipe, que afirmaram terem ouvido os gritos vindo das arquibancadas.
A Federação Paulista de Futebol (FPF) se posicionou sobre o caso e repudiou o ato dos torcedores da Portuguesa Santista. A entidade afirmou que encaminhou o caso para as autoridades e que está colaborando para a identificação dos torcedores racistas. O Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) também avaliará o caso.
➡️ Veja o que o Palmeiras precisa para se classificar no Paulistão
Confira na íntegra o posicionamento da FPF
"A Federação Paulista de Futebol vem a público manifestar seu repúdio às ofensas racistas contra o goleiro da Portuguesa Santista, Winston Cristian dos Santos, durante a partida contra o São José, nesta quinta-feira. Os atletas e comissão técnica da Portuguesa Santista se recusaram a continuar o jogo. Assim, a partida foi paralisada e encerrada aos 76 minutos. Profissionais da FPF no local estão prestando todo atendimento e acolhimento necessário ao atleta.
A FPF encaminhará o caso às autoridades competentes para que todas as providências sejam tomadas, e os indivíduos que cometeram o crime sejam identificados e punidos com o maior rigor da lei.
O caso também será encaminhado ao Tribunal de Justiça Desportiva, que avaliará todo o caso.
A FPF reitera sua posição antirracista, corroborada pelo inédito Tratado pela Diversidade e Contra a Intolerância no futebol paulista, que dita procedimentos contra todo tipo de preconceito e intolerância no esporte".