Com as ausências de Rodrigo Sam e Joílson nas finais do Campeonato Paulista, o capitão do Água Santa nos jogos decisivos contra o Palmeiras será o atacante Bruno Mezenga. Aos 34 anos, ele é o jogador mais velho do elenco e tem a chance de voltar a ser campeão após 13 anos.
A última conquista de Mezenga foi o Brasileirão de 2009, pelo Flamengo, quando ele tinha somente 20 anos. E o centroavante carrega esse título como inspiração para os confrontos decisivos do Paulistão em 2023. Mesmo com as diferenças técnicas e históricas entre Fla e Netuno, os contextos e algumas coincidências, como a disputa com o Verdão, fazem as campanhas se encontrarem.
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DE DESACREDITADOS A REALIDADES
O Campeonato Brasileiro de 2009 já tinha o formato de pontos corridos há seis anos, diferentemente do Paulistão, que é definido no mata-mata. De toda forma, o favoritismo naquele ano era palmeirense, já que o clube alviverde ocupou a liderança em 17 das 38 rodadas. O Flamengo ficou na frente somente nas duas últimas, o que foi suficiente para ficar com o troféu.
O Rubro-Negro, no entanto, precisou de uma arrancada para se tornar postulante ao título. A equipe carioca terminou o primeiro turno na sétima colocação, nove pontos atrás do líder, que na ocasião era o Internacional, e sendo goleado, por 4 a 1, pelo Grêmio, em Porto Alegre. Seis rodadas antes, o técnico Cuca havia sido demitido, e o interino Andrade foi levando a equipe até o título.
Foi na 22ª rodada que a arrancada flamenguista começou, ainda que discreta. Após três derrotas consecutivas, o Mengão emplacou uma sequência de 10 jogos sem perder, com seis vitórias e quatro empates.
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O time carioca passou de desacreditado a possível campeão entre as rodadas 29 e 30, quando bateu, em sequência, os então vice-líder e líder, São Paulo e Palmeiras, respectivamente, e disparou da quinta para a segunda colocação.
- O Andrade disse que tínhamos que ir jogo a jogo, vendo o que aconteceria. Fomos ganhando os jogos e os times de cima deixando o Flamengo chegar. Tudo foi dando certo, e chegamos em uma posição que ganhando os confrontos direitos, passaríamos nossos adversários, e assim fomos campeões. Humilde, trabalhando e ganhando nossos jogos - disse Mezenga em entrevista exclusiva ao LANCE!.
A confirmação da liderança, que nunca mais seria perdida pelo Flamengo, foi com uma vitória por 2 a 0 sobre o Corinthians, no Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas, na penúltima rodada.
RESERVA DO ÍDOLO
Mesmo tendo feito parte de campanhas vitoriosas, como a Copa do Brasil de 2006 e Carioca de 2007, Bruno Mezenga era reserva e teve poucas chances naquele Brasileirão, já que a sua posição tinha nada mais, nada menos que Adriano como titular.
Porém, no jogo contra o Timão o Imperador ficou fora, por conta de uma queimadura no pé esquerdo. Coube, então, a Mezenga ser titular.
- No jogo contra o Corinthians que ele não pôde jogar, acabei jogando, foi o penúltimo jogo. Ele falou “vai lá, dá conta do recado, vai dar tudo ceto”. Fico grato com a experiência de viver com pessoas assim - relembrou Bruno ao L!.
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NADA DE DIDICO
Catorze anos mais velho, o centroavante, no entanto, descarta o rótulo de ‘Imperador’ do elenco do Água Santa, em 2023.
- Estou longe dos pés do Adriano. Um cara que admiro muito, já admirava antes de conhecer, e trabalhando com ele tenho uma admiração grande. No início da minha carreira foi a minha inspiração, quando ele jogava na Inter de Milão. Cara sensacional - recordou Bruno Mezenga.
Mesmo rechaçando a patente do ‘Didico’, Bruno Mezenga é o artilheiro do Netuno na campanha histórica do clube do Grande ABC neste Paulistão. Saiu dos pés dele um terço dos gols do time de Diadema na competição (cinco dos 14).
LIDERANÇA NO ÁGUA SANTA
A braçadeira de capitão ‘cairá no colo’ de Bruno Mezenga por conta da suspensão de Rodrigo Sam e da lesão de Joílson. O primeiro foi expulso após dar uma cabeçada no atacante Artur, então no Bragantino, na semifinal do Paulistão e foi punido com cinco jogos de gancho. Já o segundo, que herdaria a posição naturalmente, rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo nas quartas de final, contra o São Paulo, e tem perspectiva de ficar oito meses afastado.