Estando em momento de maior estabilidade até mesmo em comparação com a primeira passagem no Ceará, o técnico Enderson Moreira pegou quase todos de surpresa ao pedir o desligamento do Vozão visando aceitar o convite de comandar o Cruzeiro, clube que recentemente havia demitido o técnico Adilson Baptista.
Contudo, o mandatário do clube, Robinson de Castro, deixou a entender que a situação não o surpreendeu de maneira completa por sua ciência de que a proposta cruzeirense envolvia muito mais do que propriamente um novo ambiente de trabalho e/ou desafio.
Isso porque, segundo o dirigente relatou em entrevista ao programa televisivo Expediente Futebol da emissora Fox Sports, a gratidão para com o hoje diretor de futebol da Raposa, Ricardo Drubscky, e sua raiz familiar ser composta de vários torcedores do Cruzeiro acabaram pesando na questão emocional da decisão.
Além disso, Robinson também comentou que a escolha por Guto Ferreira como o substituto de Enderson não foi uma escolha feita de maneira apressada ou com pouco conteúdo de análise. Isso porque, em outros momentos, Guto já havia sido um dos alvos estabelecidos pela diretoria do Alvinegro.
- A realidade é que o Enderson só conversou comigo ontem à noite. Já imaginava qual era o assunto. Ele tinha um dilema, né? A razão e a emoção. Pela razão, ele decidiria pelo Ceará, pelo momento que estamos, o cenário hoje. Um clube equilibrado financeiramente, pagando rigorosamente em dia os seus compromissos. Quatro competições que estamos participando. Estadual, Copa do Nordeste, Copa do Brasil, que vencemos o primeiro jogo contra o Vitória, e a Série A que vem por aí. Um momento muito de estar invicto o ano todo, não perdemos uma partida. O bom elenco que montamos aqui para sermos competitivos em todas as competições - disse Robinson.
- A outra situação é a questão emocional, que é uma coisa ligada às origens dele. Ele foi auxiliar alguns anos do Ricardo Drubscky, novo diretor do Cruzeiro. Ele deve ter feito o convite. Ele mora em Belo Horizonte, a família dele é cruzeirense. Fale para ele seguir a intuição dele. Ele pediu um tempinho, segundo ele estava indeciso. Depois ele me falou que iria sair e que realmente ia aceitar. Eu já tinha o Guto em minha cabeça. Em algumas situações eu já tentei trazer o Guto - acrescentou o presidente do Ceará.