Marcel Capretz: ‘A polêmica do jogo bonito’

O futebol é apaixonante porque existem inúmeras maneiras de joga-lo. Mas a todo momento surge a discussão do que de fato é um jogo esteticamente agradável

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A discussão sobre beleza e estética no futebol não tem e nunca terá fim. Isso porque se trata de algo subjetivo e dependente do gosto individual, crenças e memória afetiva de cada um.

Na última década se convencionou classificar como atraente um jogo com muita posse, troca de passes e domínio através da circulação da bola - isso influenciado pelos times comandados por Pep Guardiola. Mas há quem prefira a verticalidade do Liverpool de Klopp, que veio um pouco depois. Ou a exímia defesa armada por Diego Simeone no Atlético de Madri há mais de dez anos. Ou até o pragmatismo de Carlo Ancelotti no Real, atual campeão da Champions.

O fato é que não há nem certo e nem errado. O futebol é apaixonante, dentre outras coisas, porque dispõe de inúmeras maneiras de se cumprir a lógica do jogo e atingir o objetivo de fazer mais gols que o adversário, saindo-se assim vencedor.


Trazendo para o futebol brasileiro, temos mais uma vez três dos quatro semifinalistas da Libertadores. E cada um deles joga de uma maneira. O Flamengo de Dorival Júnior aposta na ofensividade, explorando ao máximo a mobilidade e capacidade técnica de seus jogadores. Já o Palmeiras de Abel Ferreira tem uma defesa sólida e um ataque posicional extremamente azeitado e bem executado. E o Athlético-PR do experiente Felipão com um sistema defensivo cascudo e uma transição ofensiva fulminante. Três times, três ideias gerais diferentes.

Não existe sistema de jogo ideal. Existe adaptabilidade para compreender o perfil dos jogadores a disposição e o contexto geral para aí sim com flexibilidade implementar conceitos que extraiam o melhor de todos. O que sair a partir disso com certeza não agradará a todos! Que bom! A graça do futebol também está nisso!

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