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Avon, CT (EUA) - Confesso ter ficado hipnotizado pela atuação de Thiago Alcântara desde os primeiros momentos do jogo entre Liverpool e Villarreal.
Sempre o considerei um excelente jogador, mas seu início no Liverpool não foi dos mais promissores: ele parecia fora de sintonia com o time e, além disto, tinha problemas de contusões.
Mas se Thiago Alcântara não se adaptou ao Liverpool, o Liverpool se adaptou a Thiago Alcântara.
Aos poucos, refeito de seus problemas físicos, ele foi impondo sua personalidade e ditando o ritmo do time.
Suas mais recentes atuações mostram que o Liverpool hoje mantém a intensidade de jogo dos velhos tempos, mas com a clarividência de um homem que tem a noção exata do que deve ser feito em campo.
Sua personalidade contra o Villarreal foi marcada desde os primeiros movimentos com aquele passe virando o jogo do time para encontrar Mohamed Salah penetrando livre pela direita. Salah não dominou a bola, deixou que ela escorregasse pela linha de fundo, mas levantou o polegar, reconhecendo a maestria do passe.
Logo depois, um passe praticamente igual, só que desta vez descobrindo Trent Alexander-Arnold livre, onde antes estivera Salah. A jogada foi mais bem aproveitada, embora dela não tivesse nascido um gol. Mais uma vez, porém, veio o sinal com o polegar erguido, em reconhecimento.
Eu escrevi "não tivesse ainda nascido um gol", mas estava desenhado que, se o gol tivesse que sair para alguém, só poderia ser para o Liverpool, pois este era o time que, sob a condução de Thiago Alcântara, dominava totalmente a partida. O Villarreal não conseguia dar um chute a gol.
Quer o futebol que às vezes o domínio de um time, pois mais meritória que venha sendo sua atuação, dependa de um lance fortuito para se concretizar em números no placar. Foi o que sucedeu com o primeiro gol do Liverpool, que precisou do desvio da bola no pé de um adversário para entrar.
Mas antes, no finzinho do primeiro tempo, Thiago Alcântara acertara um estupendo chute, de longe e com efeito, na junção da trave e do travessão do Villarreal.
O Liverpool chegou ao segundo gol, com Sadio Mané, dois minutos depois de ter feito o primeiro, e nunca houve um instante sequer na partida em que houvesse qualquer dúvida sobre a superioridade de seu time.
Tudo indica que, pela terceira vez em cinco anos, o Liverpool estará novamente em um final da Champions League.
É um grande time, mas não tenho dúvidas de que esta, no momento, é sua melhor versão.
Uma versão orquestrada pela maestria de Thiago Alcântara.