Desde a Grécia Antiga, com a história de Feidípedes, a Maratona tem sido usada para medir os limites humanos. Segundo a narrativa, que uns atribuem primeiramente a Plutarco, outros a Heródoto e outros ainda ao poeta Luciano de Samosata, Feidípides era um “correio”, um soldado preparado para cobrir grandes distâncias, que foi enviado da planície de Maratona à cidade de Atenas, para dar conta da vitória das tropas gregas sobre os invasores persas.
A distância era de cerca de 40 quilômetros. A partir da Olimpíada de Londres de 1908, ficou padronizada em 42.195 metros, a pedido da Família Real Britânica, que queria ver a largada da prova em seu Castelo de Windsor. A chegada era no White City Stadium, no centro de Londres.
Hoje, a Maratona é a mais nobre prova do calendário olímpico e se tornou um símbolo da resistência humana.
Alguns levam tal resistência a pontos extremos, como o corredor inglês Gary McKee, que no
último dia 31 de dezembro completou 365 maratonas em 365 dias.
Ele correu uma maratona por dia, durante um ano inteiro. Mais impressionante é o fato de que sua média diária ficou em pouco mais de quatro horas, superando a média mundial de um corredor normal (isto é, quem corre uma maratona por ano e se dá por satisfeito) de quatro horas e 29 minutos.
A primeira maratona de Gary foi corrida em três horas e 53 minutos. A última, em quatro horas e 22 minutos. A distância total por ele percorrida iguala a distância entre a Inglaterra e a Austrália. Tudo isto, amigos, enquanto trabalhava normalmente oito horas por dia em uma usina nuclear. Mas outra prova de resistência humana é a “World Marathon Challenge”, que volta este ano depois de uma paralisação causada pela pandemia de Covid. A prova tinha sido corrida pela última vez em 2020.
São sete maratonas, em sete continentes, em sete dias. Tem que ser completada, pelo último colocado, em 168 horas. Este ano ela será disputada de 31 de janeiro a 6 de fevereiro.
A primeira Maratona será em Novolazarevskaya, uma Base Russa na Antártica, aproveitando o fato de que é verão no Pólo Sul e a temperatura estará abaixo de zero, mas não muito. De lá, os competidores vão à Cidade do Cabo, na África do Sul, Perth, na Austrália, Dubai, nos Emirados Árabes, Madrid, na Europa, Fortaleza, no Brasil, e finalmente Miami, nos Estados Unidos.
Como novidade, este ano as inscrições estarão abertas a octogenários e a competidores em cadeiras de rodas. Dos dois sexos. Quem quiser competir terá que pagar 44 mil dólares à vista ou 45.600 dólares em três suaves prestações.
Isto é o que se pode mesmo chamar de novos limites humanos.