CAMPO NEUTRO José Inácio Werneck
GUARDIOLA ACHA UM CENTROAVANTE<br>Sigam-me em <a href="https://twitter.com/brasilcopa70">@BrasilCopa70<br>S</a>igam-me também em <a href="https://twitter.com/WerneckInacio">@WerneckInacio</a>
Avon, CT (EUA) - Qual um moderno Diógenes, Pep Guardiola saiu com sua lanterna em pleno dia e encontrou "o homem de verdade".
Quer dizer, encontrou um verdadeiro centroavante.
Seu nome é Erling Haaland, o grandalhão norueguês que jogava no futebol alemão.
O curioso em toda esta história é que a escolha sempre estivera na mãos do próprio Haaland, não na lanterna de Guardiola.
É uma história complicada, que tem a ver com as maquinações de Mino Raiola, o super-agente holandês/italiano, morto recentemente.
O ponto principal estava em que o Borussia Dortmund não tinha papel nenhum a cumprir na escolha de que clube ficaria com Haaland, graças ao fato de que Raiola estabelecera uma cláusula de liberação modesta, a vigorar a partir de determinada data, para o valor do jogador. Algo em torno de 75 milhões de dólares.
Haaland poderia sair quando entendesse, desde que um clube, qualquer clube, pagasse o total da cláusula, conhecida como buyout clause.
Então, era Haaland (e Raiola, antes de sua morte) que iria escolher que clube, entre os muitos dispostos a pagar a cláusula de liberação, ficaria com ele.
Ao fim e ao cabo, o escolhido foi o Manchester City. Depois que Haaland disse aos donos do City que concordava em ir para lá - claro que regiamente pago - o depósito foi feito e muitos outros poderosos clubes, a começar pelo Real Madrid, ficaram a chupar o dedo.
A decisão tinha sido tomada há quase um ano, atendendo a um pedido de Pep Guardiola, em uma reunião do grupo que controla o City, ao fim da qual Khaldoon-al-Mubarak, o cidadão dos Emirados Árabes com a a função de "Chairman", estabeleceu a meta para a próxima temporada, em duas palavras:
"Erling Haaland".
Estava claro desde então que Guardiola, apesar de toda a lenda que se criou em torno dele e de seu "falso nove', queria um "nove de verdade".
Um nove, quer dizer, um centroavante, que ele não tinha desde que Sergio Agüero fora embora.
É cedo para dizer se Haaland poderá suprir a ausência de Agüero. O brasileiro Gabriel Jesus certamente não supriu, tanto que Guardiola o andou escalando pelos lados do campo - ora pela esquerda, ora pela direita - a partir do que criou-se a lenda do "falso nove".
Com 21 anos, 1,94m, 88 quilos, Haaland é um aríete. Joga em sentido vertical e comprovadamente faz um imenso número de gols. As estatísticas estão aí mesmo para provar.
Falo em estatística e me lembro de uma famosa frase de Benjamin Disraeli: "Há três espécies de mentira. A mentira, a mentira deslavada e a estatística".
Haaland será uma mentira? Guardiola, com sua lanterna, identificou-o como o homem capaz de substituir Sergio Agüero.
Fiel aos mandamentos de Mino Raiola, Haaland assinou contrato com o Manchester City até 2027, mas exigiu uma "cláusula de liberação de 156 milhões de dólares, a partir de 2024. .
Quanto ao Real Madrid, a opção agora, ao que noticia a imprensa europeia, passa a ser o palmeirense Endrick.