CAMPO NEUTRO: Mudou Guardiola ou mudou Haaland?

José Inácio Werneck fala sobre assuntos em alta no mundo do esporte

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Lionel Messi: 1,70m de altura (com boa vontade).

Erling Haaland: 1,94m.

O que há de comum entre os dois?

Ambos foram jogadores de Pep Guardiola. Haaland, por sinal, ainda é.

Lionel Messi é certamente o mais ilustre, mais bem dotado, mais festejado “falso 9” jamais escalado por Pep Guardiola. Jogava, é claro, pelo Barcelona.

Guardiola escalou outros, é verdade, e há uma extensa lista de “falsos 9” nos últimos anos no Manchester City, em suas vitoriosas campanhas na Premier League.

Riyad Mahrez, Phil Foden, Bernardo Silva, Ferran Torres, Raheem Sterling e até Kevin de Bruyne têm executado ou executaram o papel, com sucesso.

Um sucesso traduzido no fato de que o Manchester City foi campeão da Premier League nas temporadas 2017/2018, 2018/2019, 2020/2021, 2021/2022, além de ter sido vice-campeão na temporada de 2019/2020. Todos sob a direção de Pep Guardiola.

Agora, a cinco rodadas do fim da atual temporada, o Manchester City está a ponto de ser novamente campeão inglês.

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O time joga neste sábado, em casa, contra o Leeds United e é o franco favorito. Se ganhar, como se espera, ficará quatro pontos à frente do Arsenal, que disputou um jogo a mais.

Em outras palavras, com uma vitória neste sábado o Manchester City dependerá apenas de si mesmo para levantar mais um título da Premier League, independentemente do que o Arsenal venha a fazer ou não.

Mas há uma diferença, uma grande diferença, uma diferença expressa em mais do que os 24 centímetros de vantagem que Haaland tem sobre Messi, além dos muitos quilos a mais de peso, mais juventude e uma musculatura bem mais possante.

A diferença é que Haaland é um típico centroavante.

Se voltarmos à Copa de 1970, veremos que Zagallo estava inclinado a escalar Dadá Maravilha, um típico centroavante, no ataque da Seleção Brasileira que ia disputar a Copa do Mundo no México.

Dizem as más línguas que Zagallo se mostrava disposto a tanto para agradar o então Presidente da República, Emílio Garrastazu Médicis, fã do jogador do Atlético Mineiro.

Fosse qual fosse a razão, no fim Zagallo optou por Tostão, um típico “falso 9”, embora não se usasse a expressão na época, preferindo-se o termo “pivô”.

Agora, Erling Haaland acaba de bater o recorde de gols em uma temporada da Premier League, com uma enorme e inalcançável vantagem sobre o segundo colocado, o festejado inglês Harry Kane. Está com 35 gols, enquanto Kane tem 25.

Se voltarmos aos campeonatos ingleses que começaram 1888, bem anteriores à criação da Premier League em 1992, veremos que o recorde é de Ron Davies, em 1967, com 37 gols.

Haalad está a caminho de também batê-lo.

É melhor ter um centroavante típico ou um “falso 9”?

Mudou Guardiola ou mudou Haaland?

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