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CAMPO NEUTRO: Nova York de calças curtas

José Inácio Werneck fala sobre assuntos em alta no mundo do esporte

Sharon Lokedi
A queniana Sharon Lokedi foi a vencedora da Maratona de Nova York (FOTO: TIMOTHY A. CLARY/AFP)

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A vitória da queniana Sharon Lokedi na categoria feminina da Maratona de Nova York neste último domingo está dando o que falar. Isto porque ela não fez nenhum dos exames anti-doping a que os atletas de elite estão obrigados a e submeter por um certo período antes da competição.

Há uma organização chamada Athletics Integrity Unit, que é encarregada por testar os principais competidores das grandes maratonas do mundo (Nova York, Boston, Chicago, Londres, Berlim e Tóquio). A ação acontece “de surpresa”, por dois meses ou mais antes da prova.

Este ano, ainda por causa dos estragos provocados pelo Covid-19, o número de atletas que estavam sujeitos a tais testes “surpresa” foi reduzido a 40 homens e 40 mulheres. Ora, Sharon Lokedi era apenas a número 47 do ranking da Meia-Maratona. Na Maratona, nem
aparecia no ranking. Ficou fora da peneira.

A rotina da Athletics Integrity Unit consiste em informar aos atletas que, durante um certo período, eles têm que estar em um local conhecido pelos fiscais da entidade durante pelo menos uma hora. Digamos que eles escolham uma ida a um parque, a um museu, ou
simplesmente decidam ficar em casa. Durante uma hora inteira eles têm que permanecer no local, porque a turma da Athleticas Integrity Unity pode passar lá para recolher o material necessário à análise de doping.

Sharon Lokedi alega que foi submetida a exame anti-doping ao terminar a prova, mas isto é visto como uma desculpa meio esfarrapada, pois os atletas sabem que serão examinados depois da prova e podem ter tomado providências para eliminar os vestígios do doping que tomaram.

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A Athletics Integrity Unit disse que Lokedi foi examinada pela última vez em junho de 2021. De lá para cá ninguém se preocupou muito com ela, pois sua ficha técnica não é de impressionar. Ela foi a décima colocada no Campeonato Universitário de Cross-Country nos Estados Unidos em 2015 e quinta em 2016. Mais cedo, este ano, foi a quarta colocada na Meia Maratona de Nova York, com 1:08:04, e a segunda colocada na New York Mini 10K, com 30:52.

Ninguém estava muito impressionado com seus resultados, mas é indesculpável que não tivessem prestado mais atenção, ainda mais se sabendo que, embora quenianos sejam por natureza excelentes corredores, há muito tempo se beneficiam também de uma atitude muito “non-chalant”, permissiva, quanto ao uso de doping por seus atletas - isto desde os tempos do lendário Henry Rono.

Enfim, os organizadores da Maratona de Nova York foram apanhados de calça curta pela Sharon Lokedi. O que, pensando bem, é mais aconselhável para correr uma Maratona do que calças compridas.

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