Amigos, o futebol tem seus mistérios e um deles aconteceu neste meio de semana na Champions League quando Lionel Messi foi substituído no jogo do PSG, em Lisboa, contra o Benfica (empate em 1 a 1). O argentino fizera o único gol do time francês, em um momento em que o Benfica dominava. Depois, no segundo tempo, quando o domínio era do PSG, o técnico tirou Messi de campo.
Foi estranho, porque Kylian Mbappé estava totalmente apagado na partida. Jogou mal e, sobretudo, parecia apático, desinteressado.
Neymar estava relativamente bem. Sérgio Ramos, na defesa, estava mal. Marquinhos não estava bem.
Em suma, o técnico do PSG, Christophe Galtier, tirou de campo seu melhor jogador. Pelo que vi, Messi não estava machucado e saiu contrariado. Talvez o técnico tenha resolvido poupá-lo para outras partidas mais importantes. Quem sou eu, pobre jornalista, para decifrar o que se passa na cabeça dos técnicos?
Ainda outro dia, no Brasil, um deles, o português Abel Ferreira, deixou claro que a profissão de técnico de futebol é uma que exige conhecimentos mais profundos do que os possuídos pelos 72 Sábios de Alexandria. A mim, um mero leigo, parecia que o melhor jogador em campo deveria ser o último a ser substituído...
Outro dia tivemos algo parecido, desta vez com a torcida do Manchester United, que ficou escandalizada porque, em um jogo contra o Manchester City, o técnico Ten Hag deixou Casemiro no banco, com o bastante previsível resultado de que, em pouco minutos, o time dirigido por Pep Guardiola já tinha feito gato e sapato do meio-de-campo adversário, onde evidentemente faltava quem
desse um mínimo de proteção à defesa.
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Há técnicos que implicam com jogadores por razões às vezes desconhecidas e às vezes conhecidas. Foi o caso de Zagallo, por exemplo, quando passou pelo Botafogo. Ele tinha um ótimo jogador de meio de campo chamado Afonsinho. O problema foi que Afonsinho decidira deixar crescer a barba e o cabelo. Zagallo, muito conservador, queria um jogador “de boa aparência”. O resultado é que Afonsinho, naqueles tempos anteriores à Lei Pelé, conseguiu passe livre na Justiça.
Houve ainda um episódio mais estranho, no passado, quando Zizinho - aclamado como gênio, chamado pela imprensa europeia de “Leonardo da Vinci do futebol”, foi barrado da Seleção Brasileira não por um técnico, mas por um escritor, José Lins do Rego, que era torcedor do Flamengo, clube de onde Zizinho saíra brigado.
Que eu saiba, Lionel Messi não brigou com ninguém no PSG e sua pequena barbicha nunca deu motivos a reclamações, mesmo porque ele já a tinha quando o PSG o contratou. Mas confesso achar estranho quando o craque do time sai de campo no momento em que este mesmo time está dominando o jogo e pode partir para a vitória. Mas não sou técnico de futebol e nem um dos 72 Sábios de Alexandria.