O Liverpool levou uma tremenda coça do Real Madrid, na Champions League. Começou ganhando bem: 2 a 0, em menos de 15 minutos. A torcida delirava. Cantava “You’ll never walk alone”. “Você jamais caminhará sózinho”. Mas o time caminhou para o colapso. Colapso total. 5 a 2 e a humilhação não foi maior porque os jogadores do Real preferiram tocar a bola e descansar.
Ao fim da partida, o técnico Jürgen Klopp disse: “uma derrota só é uma derrota se não aprendemos com ela”. Mas o que o Liverpool tem que aprender antes da segunda partida do mata-mata, que está programada para daqui a três semanas?
Uma coisa que o time inglês já deveria ter aprendido, desde a final da Champions League no ano passado, derrotado por este mesmo Real Madrid, é que precisa dar um jeito em sua defesa, principalmente naquele lado direito, onde Vinícius aparentemente faz o que quer e bem entende para o time espanhol.
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Mas, mesmo que aprenda a conter Vinicius, como o Liverpool aprenderá a dominar o meio-de campo? Ontem, jogando em casa, Fabinho e seus companheiros estiveram sempre abaixo do nível de Modric (depois substituído por Kroos), Camavinga e Valverde.
Foi um jogo curioso, em que os dois goleiros, Courtois e Alisson, nos regalaram mais uma vez com uma demonstração de que goleiros não devem jogar “bonitinho”. Há momentos em uma partida em que a ordem do dia é simplesmente livrar-se da bola com um chute o mais longe possível na direção do campo adversário, em vez de procurar executar um “passe inteligente” para a defesa sair jogando. A diferença é que Courtois tinha a seu lado um time capaz de superar a sua falha, enquanto Alisson só encontrava companheiros capazes de agravá-la.
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O que ficou patente é que o Real Madrid, sob a orientação de Carlo Ancelotti, vem mostrando a capacidade de renovar seus quadros, especialmente no meio de campo, onde Casemiro não mais existe, enquanto Kroos e Modric, ambos soberbos jogadores, ficam no gramado menos e menos minutos.
Já o Liverpool, sobretudo depois da transferência de Sadio Mané para o futebol alemão, parece ter perdido a característica que o distinguia anteriormente: a do “gegenpressing”, a capacidade de retomar a bola do adversário o mais rápido possível e reassumir as rédeas da partida. Insistir no modelo atual do Liverpool não vai adiantar. Se Jürgen Klopp quer mesmo aprender com a derrota, aqui vai um conselho para sua própria orientação: quando no fundo do poço, pare de cavar.