Escrito por Lance!
Avon, CT (EUA) - Talvez muitos tenham esquecido, mas Unai Emery é o famoso técnico que, à frente do PSG, conseguiu a proeza de ser eliminado pelo Barcelona na Champions League da temporada 2016/2017 com a "remontada" em que perdeu de 6 a 1 no Camp Nou.
Agora ele tem uma montanha a escalar, à frente do Villarreal, da Espanha, que amanhã, terça-feira, joga com o Liverpool pelas semifinais da temporada atual da mesma competição.
Desta vez terá que ser uma "remontada" em seu favor, mas será difícil, muito difícil.
Emery pode alimentar suas esperanças com a lembrança de que, em março de 2017, ninguém esperava que o Barcelona conseguisse inverter a desvantagem inicial da derrota de 4 a 0 em Paris, mas conseguiu.
O problema para Emery é que o Villarreal tem uma equipe modesta - ao contrário da que tinha o Barça naquela ocasião, com Luis Suárez, Messi e Neymar - e o Liverpool é no momento considerado o melhor time do mundo, ou um dos dois melhores, ao lado do também inglês Manchester City.
Uma coisa Emery já deixou clara: não pode mais permitir que Thiago Alcântara seja o MVP, o maestro da partida, como ele foi em Anfield, no jogo de ida.
Entre a palavra e a ação cai a sombra, como no poema de T. S. Eliot.
O azar de Emery é que Thiago Alcântara, depois de um início incerto, prejudicado também por contusões, firmou-se no time do Liverpool.
Um time cheio de craques, como o egípcio Mohamed Salah, o seneglês Sadio Mané, o francês Ibrahima Konaté, mas ao qual ele acabou por impor sua personalidade.
Um episódio que deixou isto muito claro ocorreu na primeira partida, ganha pelo Liverpool por 2 a 0.
Lá pelos últimos dez minutos, o português Diogo Jota, que entrara no lugar do colombiano Luis Díaz, atrasou uma bola para o holandês Virgil van Dijk, na linha divisória, e foi repreendido por Thiago Alcântara:
- Por que você passou a bola para ele, se eu estou desmarcado?
Esta é uma certeza que podemos ter: Unai Emery fará tudo para impedir que o ítalo-hispano-brasileiro Thiago Alcântara esteja desmarcado um instante sequer amanhã nesta Organizacão das Nações Unidas de futebol que é o time do Liverpool, orientado por um técnico alemão e tão internacional em campo
que tem jogadores egípcios, senegaleses, brasileiros, japoneses, guineanos, portugueses, colombianos, holandeses, escoceses, espanhois e até, pasmem, ingleses.