Oi, amigos, tudo bem? Minha agenda ficou um pouco atrapalhada por causa da pane no sistema aéreo norte-americano. Um daqueles milhares de voos cancelados era o meu para Indianapolis, onde participaria da avaliação médica anual promovida pela IndyCar. Mas, sem problemas, o exame foi adiado para outra data e está tudo bem. Cá entre nós, sobrou até mais tempo para fazer a coluna.
+ MERCADO DA BOLA: veja as novidades nas negociações entre clubes e atletas
Como queria escrever sobre algo diferente, dei uma consultada nas colunas anteriores, para não correr o risco de repetir assuntos já abordados. Aí percebi que falei pouco no nosso novo motor para a temporada 2023 do IMSA WeatherTech SportsCar Championship.
Como já contei aqui, além de disputar todo o campeonato da NTT IndyCar Series, pilotarei nas três corridas longas no IMSA – Daytona 24, Sebring 12 e Petit Le Mans 10. Nos dois campeonatos, claro, pela Meyer Shank Racing.
A IMSA programou importantes alterações no regulamento técnico para esse ano, com a introdução de novos carros e a adoção de um pacote híbrido, que significa unir o motor de combustão interna a um sistema elétrico de recuperação de energia.
Uma alternativa adotada pela maioria dos fabricantes foi a de utilizar um motor já existente e introduzir os novos elementos. Se seguisse o mesmo caminho, nosso motor seria o V6 3,5 litros, o mesmo que equipou o ARX-05 com o qual fui campeão em 2020 e venci duas Rolex 24 at Daytona (2021 e 2022), obviamente com meus parceiros.
Mas, no nosso caso, a Acura preferiu enfrentar esse desafio de forma diferente. Optou pela criatividade e ousadia ao projetar, construir e desenvolver um motor totalmente novo, a partir de uma folha de papel em branco, ou melhor, uma tela de computador em branco.
+ Botafogo e Bahia com nova parceria: veja quanto os times brasileiros recebem dos patrocinadores master
Dessa operação capitaneada pela Honda Performance Development (HPD) saiu o AR24e, que está nos chassis Acura ARX-06 utilizados por nós, da Meyer Shank Racing, e pela Wayne Taylor Racing, as duas equipes do campeonato com equipamentos Acura na nova categoria GTP (Grand Touring Prototype). O “caçulinha” V-6 biturbo de 2,4 litros e 90 graus é o motor de combustão interna de menor cilindrada desenvolvido pela HPD para corridas.
Só para deixar claro para quem não está acostumado com essa nomenclatura, a Acura é a marca de veículos de alta performance da Honda, mas com programa próprio de Motorsport. Já a HPD responde pelos motores Honda e Acura de competição nos Estados Unidos e trabalha em conjunto com a Honda Racing, braço tecnológico dedicado à Fórmula 1.
Depois dos testes que fizemos, a primeira aparição oficial do nosso novo conjunto será agora nos dias 20, 21 e 22 durante o Roar Before the Daytona 24, que é o teste coletivo. Mas é no final de semana seguinte que o bicho vai pegar, com a disputa da Rolex 24 at Daytona. Antes disso tudo, no domingo agora (15) farei o shakedown do ARX-06 na Flórida. Será na pista do The Concours Club, que será usada pela primeira vez para esse fim (na coluna das semana passada falei com detalhes sobre isso).
É isso, amigos. Como viram, tenho muito trabalho pela frente e estou muito animado para voltar a acelerar. Abração e até a próxima coluna!