Papo com Helio Castroneves: tri na Rolex 24 at Daytona
Piloto brasileiro fala sobre conquista na Flórida
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Olá, meus amigos, tudo bem? Espero que sim! Estou aqui na California, mais especificamente em Palm Springs, participando das atividades de pré-temporada do NTT IndyCar Series 2023. Há muita coisa legal para contar sobre isso, mas vou me debruçar sobre o tema em coluna próxima. Agora, como não poderia deixar de ser, quero dividir com todos a minha enorme alegria de ter vencido no último domingo, 29.01, a minha terceira Rolex 24 at Daytona.
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Como já havia comentado, essa prova, além da importância natural de ser a mais emblemática do calendário do IMSA WeatherTech SportsCar Championship, teve sua edição deste ano marcada pela estreia da nova categoria Grand Touring Prototype (GTP), reservada para os novos carros e motores com tecnologia híbrida.
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Diante de tantas novidades e, principalmente, das presenças de Porsche, Cadillac e BMW, sabíamos que tínhamos de nos preparar muito bem. E foi o que fizemos. A Meyer Shank Racing promoveu o maior número possível de testes e colocou todos os seus pilotos para ajudar nesse desenvolvimento. Foram dias e dias de trabalho na pista e fora dela. A galera da Acura e Meyer Shank Racing fez um trabalho incrível e isso ficou comprovado no Roar, quando apresentamos uma performance muito robusta.
Na semana da prova, nova demonstração de bom desempenho ao levarmos o #60 à pole position. Mas ainda havia um ponto a ser comprovado. Tínhamos velocidade e equilíbrio, mas ainda não tínhamos colocado o Acura ARX-06 num teste de resistência. Quando o equipamento é novo e em fase de desenvolvimento, não tem como fugir muito disso. O “campo de prova” é sempre uma prova longa. E como uma de 24 horas é desafio pra ninguém botar defeito, lá fomos nós com muita confiança.
Gente, foi uma prova maravilhosa. O Tom Blomqvist largou, depois entrou o Colin Braun, Simon Pagenaud e eu. E fomos nesse sequência sempre com muita eficiência. Tivemos um problema no aerofólio traseiro, teve uma escapada de pista e mais um ou outro detalhe. Nos meus turnos, guiei a maior parte do tempo no período noturno, o que é “punk”. Com mais de 60 carros na pista e a nossa categoria sendo a mais rápida, a quantidade de retardatários é imensa. E não é que eles estão devagar, nada disso. São carros de outras categorias e disputando vitória nessas classes.
A coisa mais comum é a gente chegar num grupo de três ou quatro carros, obviamente querendo passar todos de uma vez. Só que, entre eles, a disputa é tão forte quanto. Então, nem sempre é um momento fácil negociar essas ultrapassagens. Pelo menos não choveu como no ano passado. Vou ser honesto com vocês, guiar a noite e com chuva, realmente, é um desafio.
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E por falar em desavio, diferentemente do ano passado, quando o Mike Shank me colocou no Acura ARX-05 para fazer o stint final, dessa vez quem fechou a corrida foi o Tom. Gente, que tensão! Quando você está no carro, a sua atenção está focada naquilo e cumpre as voltas de maneira bem concentrado. Agora, estar do lado de fora acompanhando essa fase final é uma das experiências mais loucas que o automobilismo pode proporcionar. A contagem regressiva em direção à bandeirada da vitória é um teste para cardíacos.
Depois de toda essa tensão, foi uma emoção enorme vencer minha terceira Rolex 24 at Daytona. Chorei muito de felicidade, uma forma maravilhosa de começar o ano, como já havia acontecido em 2021 e 2022. É um sonho o que aconteceu comigo e a comemoração foi mais legal ainda porque meu pai, seu Helio, e meu sobrinho, Dudes, viajaram do Brasil para estar comigo em Daytona.
É isso, amigos, obrigado por dividir comigo essa alegria e até semana que vem.
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