Olá, meus amigos, tudo bem?
Estou um pouco atrasado com minha coluna desta semana porque vivi uma experiência fantástica neste sábado, 18, e gostaria de dividir com vocês tudo isso. Estive no belíssimo Kartódromo RBC Racing, localizado na cidade mineira de Vespasiano, para a final do 58º Campeonato Brasileiro de Kart da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA).
Como meu sobrinho Dudes estava participando de seu primeiro Brasileiro, não poderia deixar de vê-lo disputar o mesmo campeonato que eu venci em 1989, no Kartódromo de Tarumã, em Viamão (RS). Eu e minha filha Mikaella embarcamos nos Estados Unidos na quinta-feira à noite e chegamos ao Brasil na sexta, pela manhã. No aeroporto mesmo pegamos um voo para Belo Horizonte, mas como chegamos no período da tarde, deixei para visitar a pista no sábado, bem cedinho. E bota cedinho nisso. Como o Warm-up antes das finais começavam lá pelas 8:00, duas horas antes já estávamos a caminho.
Gente, vou falar uma coisa do fundo do meu coração. Quando entrei naquele kartódromo, vi toda aquela estrutura, a movimentação frenética dos pilotos, equipes e familiares, juro, deu um nó na garganta. Imediatamente minha cabeça me levou para 34 anos atrás, no Brasileiro de Kart que venci na categoria Júnior. Foi um dia tão importante na minha vida e na minha carreira que até hoje lembro de tudo o que aconteceu naquele dia.
Obviamente que o kartismo de hoje é muito diferente daquele que conheci. Tudo mudou para melhor em termos de organização, estrutura, equipes, equipamentos etc. O kartismo brasileiro é uma grande potência e permite que nossos pilotos disputem as competições internacionais em igualdade de condições. Para que isso aconteça, o Brasil usa os mesmos equipamentos do Mundial. Até os pneus são iguais, permitindo que o piloto desembarque pronto na Europa e Estados Unidos.
Mas, por outro lado, o kartismo de ontem e hoje tem também muitas semelhanças, em se tratando da dedicação dos pilotos, o envolvimento das famílias, a amizade entre pilotos e suas equipes, o desejo de vitória estampado em cada rosto e por aí vai. Uma coisa linda de ver é que, quando eu era kartista, estavam sempre comigo meu pai, minha mãe e a Kati. E agora, com o Dudes, eles estão lá novamente, só que a família cresceu e alguns papéis foram trocados. Seu Helio e Dona Sandra vão agora como avós. A Kati, agora, é mãe de piloto. E o Dudes tem a torcida do pai Eduardo e do irmão Benjamin. É o que sempre digo, a família é peça fundamental na carreira do piloto.
Fiquei muito feliz ao encontrar gente do meu tempo de kartista. O Mané, que era meu mecânico; o Mário Sérgio de Carvalho, o Passoca e o Tatu, o filho dele. Mas a maioria eu não conhecia, afinal, muitos dos que correram em Vespasiano nem tinham nascido naquele julho de 1989. Fui maravilhosamente bem recebido pelo presidente da CBA, o Giovanni Guerra; pelo Binho Carcasci, que hoje é o presidente da comissão de kart, e toda a equipe da CBA. Vocês não fazem ideia da quantidade de gente da Confederação com a mão na massa, para tudo funcionar direitinho.
Participei da solenidade oficial que antecedeu as provas finais, quando pude me dirigir aos pilotos e desejar a eles boa sorte e incentivá-los a continuar perseguindo seus sonhos. Também entreguei troféus na solenidade e na cerimônia do pódio. Entre uma e outra entrega de troféus, recebi um convite fantástico e não perdi a oportunidade de comentar a final da categoria Novato, a do Dudes, ao lado do meu amigo Rodrigo Mattar e tive o prazer de conhecer pessoalmente o narrador Alan Aguiar. Aliás, todas as provas do Brasileiro foram transmitidas ao vivo pelo Youtube e está tudo lá para quem quiser ver ou rever.
E o que não falta é corrida, pois agora o formato é bem diferente daquele que conheci. Para vocês terem uma ideia, os treinos livres começaram na segunda-feira, depois do Qualifying cada categoria disputou duas corridas classificatórias para o formar o grid da Pré-final, cujo resultado foi o Grid da final, ou seja, é uma quilometragem fantástica, que contribui muito com o aprendizado do piloto, principalmente os mais novos.
Aliás, nesse quesito, o Brasileiro de Kart é para todas as idades. Desde as categorias Mirim, que recebem as crianças de 7, 8 anos, até as seniores. Achei muito bacana porque agora tem uma chamada 60+, que permite que pessoas com mais de 60 anos possam participar do campeonato.
Fiquei muito orgulhoso do Dudes, que chegou em 8º lugar já em seu primeiro Brasileiro de Kart. Sempre digo que o importante é que ele possa se divertir, crescendo sem pressão ou cobrança, cabendo a ele descobrir os limites do equipamento, do kartismo e dele próprio. Se ele tiver vontade e garra para construir uma carreira própria, terá todo o apoio da família, mas o principal é que ele faça suas escolhas com total liberdade. Ele, realmente, está no caminho certo.
Pois é, amigos, vou passar esses dias no Brasil curtindo a família e cumprindo alguns compromissos. Será jogo rápido, pois na sexta já estarei voltando para os Estados Unidos, não sem antes deixar minha coluna pronta para a próxima sexta. Grande abraço a todos é até logo.