Abel Ferreira comenta ‘caso Veron’ e endossa responsabilidade do Palmeiras com jovens atletas

Treinador português fez longo e forte desabafo sobre a formação de novos jogadores e educação no futebol brasileiro

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Após uma semana marcada por polêmicas fora das quatro linhas, Gabriel Veron foi escalado como titular na partida que gerou a eliminação do Palmeiras para o rival São Paulo nas oitavas da Copa do Brasil. Em sua entrevista coletiva após a queda no torneio nacional, Abel Ferreira comentou o caso e ressaltou que ‘não desistirá de nenhum jogador do elenco’.

- Dizem que Deus é misericordioso. Eu sou igual. Para mim, todas as pessoas têm que ter oportunidade na vida. Eu nunca vou desistir dos meus jogadores. Enquanto forem meus jogadores, não vou desistir de nenhum. Todos vocês já tiveram 18, 19 anos. Não vou xingar ou insultar jogador. Não foi o que fizeram comigo e não foi a educação que meus pais me deram. Gosto de perdoar, desde que sinta do outro lado a vontade de querer fazer. Não posso ajudar quem não quer ser ajudado. E acredito que ele quer ser ajudado, porque tem um potencial enorme - disse.

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Na última quarta-feira, Veron foi flagrado em uma balada na madrugada, tomando bebida alcoólica, enquanto ainda se recuperava de um corte no pé direito. Com grande repercussão, o Verdão se posicionou e multou o jogador em 40% do salário, além de alertar outros jovens do elenco.

Ainda sobre o caso, Abel Ferreira se prolongou e desabafou sobre a educação de jovens atletas no futebol brasileiro. Para o comandante alviverde, os jogadores do país são muito bons, mas precisam ser lapidados com mais cautela.

- Já disse várias vezes que os brasileiros são, de longe, os melhores que já vi jogar. Mas precisam evoluir muito a nível de educação e como homens, porque eles não têm essa formação. Eles às vezes não têm noção nenhuma do que estão fazendo. E isso está na formação - desabafou Abel, que prosseguiu:

- O Veron é o futuro do clube. Um clube que respeita seus funcionários, que paga seus fornecedores, não deve nada a ninguém. Há quem não faz isso e segue competindo, o que não é justo. E o Palmeiras, antes mesmo de eu chegar, traçou um caminho: apostar nos jovens. Vai ganhar, vai perder. Percebemos que às vezes teremos que educar e puxar para cima. Hoje, o Veron deu assistência, jogou bem enquanto teve energia. O que eu espero é que, cada um de nós, quando errar, faça as três perguntas mágicas: o que aconteceu comigo? O que eu aprendi? E o que vou fazer da próxima vez?

Além disso, por fim, Abel Ferreira aproveitou para falar sobre os pênaltis perdidos por Raphael Veiga em uma partida decisiva. O técnico concluiu com o que sempre diz: ‘70% é parte dos jogadores, 30% do treinador’.

- Volto a dizer: não sou eu que corro, não sou eu que chuto, não sou eu que passo. São eles, não sou eu. Eu sou o homem que dá as coordenadas. Temos que sair daqui e chegar ali, e eu dou as coordenadas no GPS. Quem faz o caminho são eles. E a nossa função como treinador é também educar, como já disse várias vezes. Hoje nosso melhor batedor perdeu dois pênaltis. Querem que eu diga o quê? Querem que analise o quê? - concluiu.

Abel fala sobre polêmica com Veron (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)
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