A final da Copa do Mundo Feminina, entre Espanha e Inglaterra, promete fortíssimas emoções e envolve diversas histórias. As duas equipes vivem um momento onde têm as melhores gerações de suas histórias e farão uma espécie de tira-teima pelo troféu mundial.
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Ambas sonham em conquistar a Copa do Mundo pela primeira vez, além de fazer a primeira final entre duas equipes europeias em vinte anos - na ocasião, a Alemanha bateu a Suécia por 2 a 0. O confronto é mais um indicador do crescimento do futebol feminino europeu e coloca uma base do time campeão continental contra uma base da melhor liga do mundo.
DA CATALUNHA A ESPERANÇA
A equipe da Espanha passou por problemas durante o último ciclo, e isso tem se refletido de certa forma nas atuações do Mundial. Jogadoras não têm contato positivo com o comandante Jorge Vilda e algumas chegaram até a pedir sua demissão, o que não foi acatado pela Real Federação Espanhola de Futebol e complicou ainda mais a relação. Ainda assim, a equipe vem se arrastando até a final por conta de individualidades muito aparentes, com um time recheado de jogadoras habilidosas.
A maior delas, sem dúvidas, é Alexia Putellas. Melhor jogadora do mundo nos últimos dois anos - a primeira espanhola na história a vencer o prêmio -, Putellas era uma das grandes esperanças da equipe até uma contusão que a tirou de jogo e colocou em condição de reserva. Outras atletas cresceram seu futebol e assumiram o protagonismo, como Aitana Bonmatí e Jennifer Hermoso.
Dentre as convocadas, nove atuam pelo Barcelona campeão da Champions duas vezes nos últimos três anos. São elas: Cata Coll, Irene Paredes, Ona Battle, Laia Codina, Bonmatí, Maria Pérez, Putellas, Mariona Caldentey e a jovem promessa Salma Paralluelo. Poderiam ser mais, caso Vilda não decidisse deixar de fora algumas das jogadoras que tentaram o boicotar em 2022.
O peso do momento reflete o crescimento do futebol feminino na Espanha. Clubes como Real Madrid, Madrid CFF, Atlético de Madrid e Levante cresceram junto ao Barça e configuram o topo da esfera nacional espanhola. Uma escola que se tradicionalizou por gostar da posse de bola, a cara desta seleção, e que cresce em momentos decisivos, sendo impulsionada por uma geração brilhante.
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LIGA DE TOPO
Apesar do crescimento, a liga espanhola ainda está abaixo da Premier League. Há diversos clubes muito bons na Inglaterra, e isso se traduz na convocação feita pela ótima Sarina Wiegman.
Das 23 convocadas, apenas três atuam fora do país: Lucy Bronze e Keira Walsh, do Barcelona, e Georgia Stanway, do Bayern de Munique. Não há um predomínio de um clube entre as 20 que jogam na Inglaterra. Manchester City, Manchester United, Arsenal, Chelsea, Aston Villa, Tottenham e até o Brighton têm representantes na equipe das Lionesses.
A melhor geração da história feminina inglesa tem a jogadora mais cara da história. Keira Walsh, que atuou no City entre 2014 e 2022, foi comprada pelo Barça no último ano por 460 mil euros (o equivalente a R$ 2,3 milhões). Além disso, se a Espanha tem Putellas, a Inglaterra tem Lucy Bronze, vencedora da Bola de Ouro em 2020 por suas atuações no Manchester City. A tradição inglesa no esporte da bola esférica não se mede e é justo que cheguem a uma final de Copa com o favoritismo, ainda elevadas pela geração gigantesca atual.
HORA DA DECISÃO
O choque de brilhantes gerações da Espanha e da Inglaterra acontece no domingo, dia 20 de agosto. No Brasil, a bola rola às 7h, pelo horário de Brasília. O palco da decisão será o Accor Stadium, em Sydney, na Austrália, com capacidade para 83.500 pessoas. A árbitra do jogo será Tori Penso, auxiliada por Brooke Mayo e Katie Neesbitt, e com Yoshimi Yamashita como quarta árbitra.