A treinadora Pia Sundhage, ao lado de Marta, concedeu entrevista coletiva na tarde desta terça-feira em Melbourne, na Austrália (madrugada no Brasil), para falar sobre o jogo da Seleção Brasileira nesta quarta-feira, contra a Jamaica. Cobrada após a derrota para França, no último sábado (29), a comandante sueca despistou sobre colocar a camisa 10 no time titular pela primeira vez nesta Copa do Mundo Feminina e afirmou que a situação é uma espécie de "agora ou nunca".
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- Amanhã vocês vão ver quem estará no time titular. Mas entendo que o plano de jogo contra a Jamaica é muito importante, porque é agora ou nunca. E esta "velha moça" é importante para todas nós, claro, por toda a experiência que ela tem. Vamos ver. Temos uma chance para jogar um bom futebol e vencer a partida. Estudar a outra equipe é muito importante e passar às jogadoras que tipo de jogo está por vir também. Um empate 0 a 0, a Jamaica está dentro, um 1 a 0 para o Brasil, nós estamos dentro. Um gol muda o jogo totalmente. Então, é claro que estamos preparadas para isso - disse a técnica.
Pia, inegavelmente, foi um dos pilares para uma grande evolução do futebol feminino brasileiro nos últimos anos, trazendo uma mudança de mentalidade e de tratativa ao esporte no país. Questionada sobre essa mudança, a sueca destacou o estilo e a diferença vista desde sua chegada à Seleção, após a saída de Vadão.
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- Eu tenho a experiência de quatro anos. Quero acreditar que fizemos diferença e mudanças em quatro anos, e é só o início. Eu lembro do primeiro jogo que vi de clubes, do Internacional, e comparo ao último que vi do Corinthians, na final. Não só a diferença de público, mas de atitude. Quero acreditar que essas mudanças foram feitas. Quando olho para a Seleção, vejo mudanças no estilo de defender. Você pode vencer um jogo e controlar um jogo defendendo bem. Você não precisa ter 60% de posse de bola para vencer um jogo, um bom exemplo disso é o Japão, mas esse não é o estilo do Brasil. A personalidade do ataque virá com uma defesa sólida. Acho que essa foi a principal mudança na Seleção - afirmou Pia.
Uma das grandes críticas da torcida brasileira à comandante foi a pouca utilização de Marta nos dois primeiros jogos da Copa. Somando as ocasiões, a seis vezes melhor do mundo esteve em campo em apenas 38 minutos, sendo 25 contra o Panamá e 13 contra a França. Porém, Pia fez questão de destacar a grandeza da estrela no futebol feminino.
- Eu estive com muitas boas jogadoras e estar ao lado de Marta é história. Marta jogou na Suécia, na base, e na Copa do Mundo Sub-20. Tive a oportunidade de treinar times contra ela. Ela significa muito para o futebol sueco também. Eu sabia que ela era grande, claro, ela é uma jogadora muito famosa, mas não sabia o quanto ela representava no Brasil. Fico muito emocionada de estar ao lado de uma jogadora tão boa. Não só por aquilo que ela vai fazer amanhã, mas por aquilo que ela fez em todos esses anos. Então agradeço muito à ela - disse Sundhage.
O Brasil entra em campo nesta quarta-feira, às 7h, enfrentando as jamaicanas pela terceira rodada do grupo F. Para as centro-americanas, basta apenas um empate; a equipe de Pia Sundhage tem a obrigação de vencer para conquistar a vaga nas oitavas de final da competição. Pelo outro jogo do grupo, simultaneamente, a França enfrenta o Panamá querendo garantir o primeiro lugar da chave.