Seleção Brasileira feminina estreia na Copa do Mundo; tudo o que você precisa saber

Equipe de Pia Sundhage inicia jornada na segunda-feira, contra o Panamá

imagem cameraPia Sundhage em treinamento da Seleção Brasileira (Foto: Sam Robles / CBF)
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Lance!
Adelaide (AUS)
Dia 23/07/2023
06:00
Atualizado em 22/07/2023
23:08
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A espera finalmente acabou. A Seleção Brasileira feminina entra em ação pela Copa do Mundo novamente depois de quatro anos. A adversária da estreia será a equipe do Panamá, nesta segunda-feira (24), às 8h (horário de Brasília). O jogo será realizado no Hindmarsh Stadium, em Adelaide, na Austrália.

A estreia marcará o primeiro Mundial de Pia Sundhage à frente da equipe. Em um ciclo consistente, a treinadora levou as Guerreiras Brasileiras ao título da Copa América e espera curar as cicatrizes de uma dolorosa eliminação nas Olimpíadas. O Lance! preparou um especial com tudo o que você precisa saber sobre a Seleção nesta Copa do Mundo.

JORNADA POSITIVA
A eliminação na Copa do Mundo de 2019 foi dolorida para a Seleção comandada por Vadão. A queda para a França - que está no grupo do Brasil nesta edição - viria apenas na prorrogação, em gol de Amandine Henry após bola parada. A cicatriz viria a ser curada durante o ciclo com a chegada de Pia Sundhage, que contou com um grande crescimento do futebol feminino no país e uma nova geração de grandes jogadoras à sua disponibilidade.

Nas Olimpíadas de Tóquio, realizadas em 2021, uma nova queda difícil de engolir entraria no caminho. Na fase de quartas de final, um escasso repertório no último terço do campo manteve o empate sem gols no placar contra o Canadá, e na disputa de pênaltis, Andressa Alves e Rafaelle acabaram desperdiçando suas cobranças. A Copa América do ano seguinte, porém, viria para sarar as cicatrizes da eliminação e reconfigurar a equipe como a grande força da América do Sul novamente.

Na campanha do título continental, foram 20 gols marcados e nenhum sofrido em seis jogos. Argentina, Uruguai, Venezuela e Peru foram as vítimas na fase de grupos; na semifinal, o Paraguai ficou pelo caminho. Na final, Debinha marcou o gol solitário da vitória que deu à equipe de Pia o título contra a Colômbia, anfitriã da competição. A conquista assegurou um saldo muito positivo no ciclo que fez o futebol nacional crescer e ajudou a Seleção em diversas esferas.

AS ESCOLHIDAS
No dia 27 de junho, Pia Sundhage anunciou as 26 jogadoras que viajariam para a Oceania na disputa do Mundial. Uma delas, Nycole Raysla, acabou sendo cortada após sofrer uma lesão em jogo-treino contra a seleção masculina sub-15 de Maryland, já em solo australiano. Em seu lugar, a suplente Angelina foi efetivada entre as 23. Veja abaixo as convocadas disponíveis para a comandante sueca.

Goleiras: Letícia Izidoro (Corinthians), Bárbara (Flamengo) e Camila (Santos)
Defensoras: Antônia (Levante), Bruninha (Gotham FC), Kathellen (Real Madrid), Lauren (Madrid CFF), Mônica Hickman (Madrid CFF), Rafaelle (Orlando Pride) e Tamires (Corinthians);
Meias: Angelina (OL Reign), Duda Sampaio (Corinthians), Kerolin (North Carolina Courage), Luana (Corinthians), Adriana (Orlando Pride), Ana Vitória (PSG) e Ary Borges (Racing Louisville);
Atacantes: Andressa Alves (Houston Dash), Geyse (Barcelona), Bia Zaneratto (Palmeiras), Debinha (Kansas City Current), Gabi Nunes (Levante) e Marta (Orlando Pride).

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Aline Gomes, um dos destaques do Brasileirão Feminino pela Ferroviária, e Tainara, zagueira do Bayern de Munique, são as duas suplentes restantes convocadas pela treinadora.

CONDIÇÕES FÍSICAS?
Apesar da convocação, algumas jogadoras da equipe brasileira ainda não atingiram um nível físico de 100%. A craque Marta, por exemplo, vem se recuperando de um edema muscular na coxa e ficou fora de diversos treinos e partidas amistosas devido a um controle de carga. Pia Sundhage, porém, optou por levá-la sabendo da importância da jogadora, mesmo no banco de reservas e com condições inferiores fisicamente.

+ Seleção Feminina: Marta inicia caminhada em sua última Copa do Mundo

Marta em ação pelo Brasil (Foto: Thais Magalhães/CBF)

Além de Marta e da cortada Nycole, algumas outras atletas também fizeram atividades de controle de carga. A atacante Bia Zaneratto, provável titular na estreia, também passou por contusões durante a temporada e precisou ser desfalque em alguns treinamentos, assim como Andressa Alves, que foi vítima de um resfriado. Fora isso, a equipe brasileira chega sem mais problemas para a fase de grupos.

CALENDÁRIO DO SONHO
Confira abaixo as informações sobre os jogos da Seleção Brasileira na fase de grupos da Copa do Mundo Feminina. A estreia será contra o Panamá; França e Jamaica serão as oponentes posteriores, nesta ordem.

BRASIL x PANAMÁ - 1ª rodada do grupo F

Data: 24 de julho de 2023 (segunda-feira)
Horário: 8h (de Brasília)
Local: Hindmarsh Stadium, em Adelaide (AUS)
Onde assistir: Globo, SporTV, Globoplay e CazéTV

BRASIL X FRANÇA - 2ª rodada do Grupo F

Data: 29 de julho de 2023 (sábado)
Horário: 7h (de Brasília)
Local: Brisbane Stadium, em Brisbane (AUS)
Onde assistir: Globo, SporTV, Globoplay e CazéTV

BRASIL X JAMAICA - 3ª rodada do Grupo F

Data: 2 de agosto de 2023 (quarta-feira)
Horário: 7h (de Brasília)
Local: Melbourne Rectangular, em Melbourne (AUS)
Onde assistir: Globo, SporTV, Globoplay e CazéTV

+ Vai ser feriado nos dias de jogos da Seleção Brasileira Feminina durante a Copa do Mundo?

Caso a Seleção passe em primeiro no grupo, o caminho até a final será:

Oitavas de final
Local:
Adelaide (AUS)
Data e horário: 8 de agosto - 8h (de Brasília)
Oponente: segunda colocada do grupo H

Quartas de final
Local:
Brisbane (AUS)
Data e horário: 12 de agosto - 4h (de Brasília)
Oponente: 1º do grupo B ou 2º do grupo D

Semifinal
Local:
Sydney (AUS)
Data e horário: 16 de agosto - 7h (de Brasília)
Oponente: 1º do grupo D, 1º do grupo H, 2º do grupo B ou 2º do grupo F

Caso a Seleção passe em segundo no grupo, o caminho até a final será:

Oitavas de final
Local:
Melbourne (AUS)
Data e horário: 8 de agosto - 5h (de Brasília)
Oponente: primeira colocada do grupo H

Quartas de final
Local:
Sydney (AUS)
Data e horário: 12 de agosto - 7h30h (de Brasília)
Oponente: 1º do grupo D ou 2º do grupo B

Semifinal
Local:
Sydney (AUS)
Data e horário: 16 de agosto - 7h (de Brasília)
Oponente: 1º do grupo B, 1º do grupo F, 2º do grupo D ou 2º do grupo H

A final será realizada no dia 20 de agosto, em Sydney, às 7h (de Brasília).

DE OLHO NAS DESTAQUES
A goleira da estreia deve ser Lelê, que vem fazendo ótima temporada e deve passar uma confiança pouco vista desde a saída de Andreia da Seleção. Na defesa, a chegada de Kathellen como titular, ao lado da muito segura Rafaelle, pode ser positivo. Tamires, na lateral-esquerda, segue absoluta e atuando em alto nível. No meio, atletas como Luana, Angelina e a experiente Andressa Alves serão cruciais para a armação e marcação do setor.

Seleção Brasileira durante treinamento na Austrália (Foto: Thais Magalhães / CBF)

O ataque é algo que está longe de preocupar Pia Sundhage. Além da alta média de gols, as peças apresentam muita qualidade mesmo com o desfalque de Ludmilla por lesão. Marta dispensa apresentações, além de Debinha, uma das principais jogadoras da equipe há muito tempo. Bia Zaneratto, que esteve na última Copa, mas sem o brilho de hoje, e Geyse, do Barcelona campeão europeu, também são atletas a se observar.

DÁ PARA CHEGAR?
A Seleção ainda não chegou ao patamar de ser uma das favoritas desta Copa do Mundo. Inglaterra, Estados Unidos, Espanha e Alemanha estão na frente no quesito favoritismo. Porém, a segunda prateleira tem Brasil, Austrália, Suécia, Canadá e outras seleções de muita qualidade. Um chaveamento bom poderia ajudar, já que a Alemanha tem difíceis adversários no grupo H e poderia se complicar na briga pela vaga no mata-mata.

+ ANÁLISE: o que esperar da Seleção Brasileira na Copa do Mundo Feminina?

Apesar de ser um elenco de pouca experiência em competições internacionais, o Brasil tem totais condições de fazer uma ótima campanha. Não contar mais com Formiga, Cristiane e ter Marta quase como uma reserva pode ser ruim em alguns aspectos, mas a chegada de novas jogadoras faz com que, em uma das Copas do Mundo mais físicas de todos os tempos, a velocidade e habilidade de novas peças pode ser benéfica durante a campanha.

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