OPINIÃO: ‘Furacão’ Japão demoliu os planos da Alemanha na Copa do Mundo
O imediatismo aponta para severas críticas aos germânicos por mais uma queda precipitada em um Mundial. Mas sejamos justos. Os japoneses não merecem crédito?
Muito se deve falar sobre a segunda eliminação seguida da Alemanha na fase de grupos da Copa do Mundo. Mas quem poderia prever a existência de um 'furacão' no Mundial do Qatar chamado Japão?
Antes de irmos às pedras, caçar as bruxas e colocar em dúvida a qualidade do trabalho, é hora de uma análise maios sensata e fria dos fatos.
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Em primeiro lugar, caro leitor, responsa com sinceridade: você apontou alguma vitória do Japão nesta Copa nos milhões de bolões e sites de aposta afora?
Então...
Existia um biscoito cuja propaganda alardeava se ele era mais fresquinho porque vendia mais ou vendia mais porque era mais fresquinho.
É o caso aqui. A Alemanha passou vergonha ou o feito do Japão, em vencer duas equipes campeãs mundiais e que pareciam classificadas por antecipação na chave, é gigantesco?
Copo meio cheio, ou meio vazio?
O técnico Hansi Flick é um dos maiores da Alemanha, o que faz com que seja uma das poucas seleções da Copa a ter um nome de peso do país no banco (Brasil é o único outro?). Os veteranos de 2014 e 2018 voltaram, conforme a torcida pedia. Houve aposta clara em jovens talentos (Musiala tem tudo para se tornar melhor do mundo em um futuro bem próximo). Então. O que faltou?
Faltou avisar o Japão que ele era um coadjuvante no grupo. O trabalho feito pelos asiáticos, cujos planos são de chegar a uma final até 2050 e possuem 17 do elenco atuando na Europa, não pode ser desprezado. Ou é só a Alemanha que é um fiasco? E a favorita Espanha, que perdeu da mesma maneira, de virada, com gols saindo no início do segundo tempo? Cabe à ela as mesmas críticas?
Inegável que uma tetracampeã mundial ser eliminada na primeira fase pela segunda vez seguida é um vexame. Mas o contexto pede que olhemos mais para o todo e menos para o mínimo, ainda mais com o resultado dos nipônicos de hoje. Ou corremos o risco de apagar uma bela história da Copa pelo imediatismo de condenar o que sai do eixo às vezes. É por isso que amamos Copa. É por isso que uma semifinal já terminou com o placar de 7 a 1.
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