Perto da Copa, brasileiro elogia Lewa: ‘Nosso líder, inspira outros jogadores’
Thiago Cionek esteve na Eurocopa com a Polônia em 2016 e está entre os 35 convocados do técnico Adam Nawalka para o Mundial, aguardando a lista final para 'realizar sonho'
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Na próxima segunda-feira, dia 4, o técnico Adam Nawalka anunciará os 23 convocados da Polônia para a disputa da Copa do Mundo da Rússia. A divulgação da lista é aguardada com ansiedade pelo brasileiro Thiago Cionek, que foi pré-selecionado entre os 35 jogadores para a disputa do Mundial.
A relação do paranaense Thiago Cionek com o país europeu vem de berço, já que é descendente de poloneses. Como jogador de futebol, foi em 2008 que ele se transferiu para atuar no Jagiellonia Bialystok. Ele atuou no clube até 2012, quando se transferiu para o Padova. Após passar por times como Modena e Palermo, ele ajudou o caçula SPAL a se livrar do rebaixamento na última temporada.
Natural de Curitiba, Cionek, de 32 anos, defende a Seleção polonesa desde 2014, convocado pelo técnico Adam Nawalka. Em entrevista ao LANCE!, o zagueiro fala da expectativa de jogar a sua primeira Copa do Mundo. O brasileiro conta ainda sua trajetória até chegar ao futebol europeu e o que representa para o país ter o atacante Lewandowski como referência.
Você está na pré-lista da Polônia para a disputa da Copa do Mundo. Você esperava ser lembrado pelo técnico Adam Nawalka?
Eu tinha essa esperança, sim, até por ser convocado pelo Adam desde que ele assumiu a seleção. Venho jogando no clube com bastante frequência e faço parte da seleção há algum tempo. Joguei as eliminatórias da Euro, a Eurocopa e as eliminatórias para a Copa, então eu esperava por isso, mesmo com a grande concorrência.
Você esteve nas convocações do treinador durante as Eliminatórias, o que aumenta as suas chances. Como está a sua expectativa para disputar o Mundial? É um sonho jogar a Copa?
A expectativa é muito grande, é um sonho que os jogadores têm desde criança. Aos poucos as coisas foram acontecendo na minha carreira, hoje faço parte de um time da elite italiana e trabalhei bastante para chegar na seleção. É um ciclo que está se formando, tem uma preparação grande a ser feita, mas já temos uma base sólida, com um entrosamento que tem mais de quatro anos.
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Você esteve com grupo polonês na disputa da Eurocopa. O que representa disputar um campeonato desse porte?
Sim, estive no grupo e agora iremos para a Copa. O tempo de treino com a seleção é pouco, mas por estarmos juntos há algum tempo e por termos jogado alguns torneios, o entrosamento vem cada vez mais forte.
Sua ligação com o futebol polonês começou em 2008, quando foi jogar no Jagiellonia Bialystok. Mas como e quando surgiu a oportunidade de atuar pela Polônia? Foi um convite da federação do país?
Cheguei na Polônia em 2008, ainda sem passaporte. Comecei jogando o campeonato local e já solicitei a cidadania polonesa, que foi um processo que demorou um tempo. A torcida da equipe que eu jogava me ajudou a agilizar isso, eles fizeram um abaixo assinado e eu consegui o reconhecimento da cidadania. E não, não foi um convite, eu fui convocado quando fui para a Itália, um amistoso diante da Alemanha, antes da Copa de 2014, que a Polônia acabou não jogando. Desde então, tenho sido convocado com frequência.
Por ser naturalizado polonês, sofreu algum tipo de preconceito por jogar na seleção?
Sou o único jogador não nascido na Polônia que está na pré-lista para a Copa. A grande maioria das pessoas apoiam, sempre fui muito querido pelos torcedores. Os jogadores também me receberam muito bem e eu acredito que por eu já falar polonês, conhecer bem os atletas e o futebol local, o processo foi muito mais tranquilo. É um grande orgulho vestir a camisa da Polônia, meus bisavós foram para o Brasil no início do século XX e, após 100 anos, eu fiz esse caminho inverso. Sou muito grato ao país por tudo que já me proporcionou, pelos meus familiares e por uma história que eu construí, então o orgulho é imenso.
Você começou a carreira em um clube amador do Paraná. Anos depois, você imaginaria que poderia estar na briga por um lugar na Copa?
Comecei buscando meu espaço no futebol em equipes amadoras de Curitiba, aí depois fui para o Cuiabá, joguei Série C e isso ajudou no meu crescimento. Gosto muito de futebol, sempre assisti a vários jogos e eu tinha o sonho de jogar o Brasileirão. Naquela época eu jamais imaginaria que poderia jogar uma Copa do Mundo, mas aí as coisas foram acontecendo, conheci o futebol europeu e ano após ano eu fui crescendo o que me ajudou a chegar na seleção.
Robert Lewandowski é o grande nome da seleção polonesa. O que a figura dele representa para a equipe?
O Lewandowski é o nosso líder, é aquele que faz os gols, mas não só isso. É um atleta que inspira outros jogadores, tem um caráter fenomenal e nos ajuda muito dentro e fora dos campos. Pra nós é um orgulho ter ele no nosso lado, eu já joguei contra ele, mas prefiro ele no meu time (risos).
Você atua pelo SPAL, da Itália. Como é atuar por um time que é caçula em um campeonato como o Italiano? Por conta das dificuldades, como viu a campanha da equipe?
Joguei no Palermo duas temporadas atrás, aí me transferi para a SPAL, um time que vem numa crescente grande, subindo de divisão ano após ano. O projeto que me apresentaram me cativou e eu abracei a ideia. Conseguimos nos livrar do rebaixamento na última rodada e agora é trabalhar para chegar forte e preparado para a próxima temporada. A cidade de Ferrara tem um carinho muito grande pelo time, eles lotam o estádio todos os jogos, respiram futebol e eles são bem fervorosos.
Estar no Mundial pode ajudá-lo a jogar em um clube de maior expressão na próxima temporada? Já há propostas ou sondagens?
No momento não penso nisso, hoje eu só penso em me preparar da melhor maneira possível para chegar bem e em alto nível para a Copa do Mundo. Meu foco é a concentração para o Mundial.
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