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Os caras das Copas: Paolo Rossi, o algoz da Seleção Brasileira em 82

Atacante quase perdeu o Mundial de 1982 por gancho após escândalo, mas jogou e brilhou

GALERIA: Veja as Copas disputadas por Paolo Rossi e o clube que ele defendia no período de cada Mundial
imagem camera(Foto: Reprodução de internet)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 30/04/2018
15:00
Atualizado em 13/06/2018
12:08

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Para os italianos, Il Bambino d'Oro ("O Menino de Ouro"). Para os brasileiros, Carrasco do Sarrià. Paolo Rossi foi o grande nome da seleção da Itália na conquista do terceiro título mundial da Azzurra, em 1982. Naquela Copa, o atacante também fez história ao marcar três vezes contra a Seleção Brasileira - de Zico, Falcão e Sócrates - e encerrar o sonho do Brasil em ser campeão. Rossi faturou também a Bola de Ouro da Copa e a artilharia do Mundial em 82.

O cara da Copa - Paolo Rossi
(Imagem: Arte LANCE!)

Paolo Rossi ficou marcado pelo que fez em 1982, mas sua trajetória nas Copas começou quatro anos antes. O atacante não era forte, nem contava com grande habilidade, mas possuía um faro de gol muito apurado. Cria da Juventus e destaque do Lanerossi Vicenza (ITA), ele tinha 21 anos e uma temporada de seleção quando foi para a Copa da Argentina - com a camisa 21 e como titular do técnico Enzo Bearzot. Rossi marcou em vitória contra a França na estreia e em triunfo diante da Hungria. Na segunda fase, voltou a marcar em triunfo por 1 a 0 sobre a Áustria. O atacante fez grandes jogos, mas a Itália bateu na trave em seu grupo na segunda fase, quando só passava uma seleção para a final. Os italianos acabaram em segundo, ficando atrás da Holanda, e foram para a disputa pelo terceiro lugar, quando perderam para o Brasil. Porém, Rossi fez tão boa Copa, que acabou ganhando a Bola de Prata daquele Mundial.


O caminho até a Copa de 82, no entanto, seria turbulento. Então jogador do Perugia (ITA), o atacante vinha fazendo grande ano em 1980, mas ficou envolvido no escândalo conhecido como "Totonero", uma grande rede de manipulações de resultados e apostas, revelada em março de 1980. Vários clubes, treinadores e até jogadores importantes sofreram punições. Rossi foi um deles. A pena inicial para o atacante era de três anos, mas um ato da Federação italiana, em vista da Copa do Mundo, reduziu a punição para dois anos. No período do gancho, Rossi foi contratado pela Juventus, onde ficou apenas treinando. Ele realizou apenas três jogos oficiais pela Juve até a Copa, mas ainda assim foi chamado por Enzo Bearzot. Era uma escolha certeira.

Agora com a camisa 20, mas novamente titular numa Copa,  Rossi começou o Mundial da Espanha devagar. Não só ele, mas a seleção italiana de forma geral. Na estreia, empate sem gols com a Polônia. No segundo duelo, empate por 1 a 1 diante do Peru, sem gol de Rossi. A classificação seria decida contra Camarões. Em Vigo, novo empate por 1 a 1, com Rossi passando em branco de novo. A vaga foi conquistada no saldo de gols e, na segunda fase, a Itália teria pela frente Argentina, campeã de 78, e Brasil. E foi aí que o brilho do atacante apareceu... Primeiro, jogando bem em triunfo por 2 a 1 sobre os argentinos. Porém, ainda faltava um gol. E eles pintaram em dose tripla diante do Brasil.

A Seleção Brasileira era favorita naquele jogo em 5 de julho, no Estádio Sarrià, em Barcelona. O Brasil tinha marcado 13 gols em quatro partidas e aplicado um 3 a 1 sobre a Argentina, o que ainda dava vantagem de poder empatar para ir à semi. Porém, Paolo Rossi começou a mudar o cenário logo aos cinco minutos. Cabrini recebeu um passe na diagonal e cruzou para a área. Rossi correu com liberdade e testou para a rede de Waldir Peres. Sócrates empatou aos 12, mas Rossi marcou de novo aos 25, aproveitando passe errado de Cerezo. Aos 23 do segundo tempo, Falcão voltou a igualar o marcado. Mas, aos 29, Paolo Rossi marcou o terceiro italiano. Bruno Conti cobrou escanteio na área, Tardelli bateu mascado e achou Rossi, no meio do caminho, para desviar. Era o gol que selava a classificação italiana e o pesadelo brasileiro: "Lembro de uma grande tristeza dos brasileiros. Muitos de cabeça baixa, como se não acreditassem que perderam. Muitos italianos, até hoje, 30 anos depois, me agradecem pela emoção que provoquei. Todos os italianos, estivessem onde fosse, fazendo o que fosse, se lembram", disse Paolo Rossi, certa vez.

A vitória sobre a poderosa Seleção Brasileira fez a Itália e Rossi embalarem. Na semi, no Camp Nou, contra a Polônia, 2 a 0 com dois gols do camisa 20. Na final, diante da Alemanha Ocidental, no Estádio Santiago Bernabéu, Rossi abriu o caminho para a taça aos 12 do segundo tempo, marcando de cabeça após cruzamento para dentro da área. A Itália levou a melhor por 3 a 1 e faturou seu terceiro título mundial, empatando com o Brasil em número de conquistas. Era o ápice da carreira de Rossi, que ainda foi para a Copa de 1986, mas não saiu do banco por um segundo sequer - com a Itália caindo nas oitavas, para França.

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