Os caras das Copas: Suker, o Super-homem de um país recém-formado
Atacante foi o líder da Croácia em grande campanha no Mundial de 1998
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Exímio finalizador, Davor Suker era aquele tipo de jogador do qual se aguardava algo inesperado. Seu apelido, "Sukerman", um trocadilho com Superman, diz muito sobre isso. Canhoto, rápido e oportunista, o centroavante foi o herói da recém-formada Croácia no Mundial de 1998, liderando seu país ao terceiro lugar na Copa da França. Inspirado, Suker foi o artilheiro do Mundial de 98, com seis gols, e Bola de Prata da Copa, ficando atrás apenas de Ronaldo.
Davor Suker nasceu em Osijek, atualmente a quarta maior cidade da Croácia em população (cerca de 115 mil habitantes). Porém, até 1991, a região era parte da Iugoslávia - e foi pela seleção iugoslava que Suker iniciou sua trajetória em Copas, em 1990. Grande nome do Dinamo Zagreb no Campeonato Iugoslavo, o atacante ficou no banco nos cinco jogos do país no Mundial da Itália, mas não chegou a entrar em campo. A Iugoslávia foi até as quartas de final, caindo para a Argentina nos pênaltis. Um ano depois, em 25 de junho de 1991, os croatas declararam unilateralmente seu desmembramento da Iugoslávia e o exército iugoslavo invadiu a Croácia. Diante do clima de guerra, Suker deixou o país e foi contratado pelo Sevilla, onde chegou a ser companheiro de Diego Maradona.
Como as seleções dissidentes da antiga Iugoslávia não puderam participar das Eliminatórias para a Copa de 1994, a seleção croata só começou a disputar competições oficiais a partir das Eliminatórias para a Eurocopa de 1996. Com a divisão, a Iugoslávia perdeu grandes nomes - como Robert Jarni, Robert Prosinecki e Zvonimir Boban, além, é claro, de Suker - e a Croácia então é que ficou com uma bela geração em mãos. Aquele time foi até a as quartas da Euro, impressionando a Europa. Mas algo maior estava por vir dois anos depois.
A Croácia conseguiu se classificar à Copa de 98 antes mesmo de completar sete anos independente. E a estrela de Suker, então com 30 anos, brilhou na França. O atacante, que tinha ido para o Real Madrid em 1996, mas no time merengue estava no banco pouco antes do Mundial, fez uma Copa irretocável - como titular e referência. Logo na estreia, contra a Jamaica, Suker fechou vitória croata por 3 a 1. No segundo duelo, diante do Japão, fez o gol de triunfo por 1 a 0. No terceiro compromisso, passou em branco em derrota para a Argentina.
A Croácia avançou às oitavas e pegou a Romênia. Coube mais uma vez a Suker a missão de decidir. De pênalti, ele marcou o gol que levou o país às quartas, que seria contra a poderosa Alemanha. Diante dos alemães, Suker voltou a fazer grande jogo e os croatas venceram por 3 a 0, com golaço do camisa 9 aos 40 do segundo tempo, com direto a balão e drible dentro da grande área.
Em 8 de julho, no Stade de France lotado, a Croácia teve pela frente na semi a França, dona da casa. Depois de um primeiro tempo sem gol, Suker agitou a partida logo no primeiro minuto do segundo tempo. Ele se deslocou do meio para a entrada da área, recebeu lançamento e bateu firme para superar Fabien Barthez. A zebra estava passeando em Paris, mas a vantagem durou apenas um minuto. O lateral-direito Lilian Thuram empatou aos dois e depois virou aos 25. Era o fim do sonho croata, que ainda disputou o terceiro lugar com a Holanda e ganhou por 2 a 1, com Suker marcando seu sexto gol naquela Copa, se sagrando o artilheiro isolado. Em 2002, Suker ainda foi para seu segundo Mundial, mas - já aos 34 anos - jogou apenas o primeiro duelo, sendo titular em derrota por 1 a 0 contra o México. A eliminação precoce, ainda na primeira fase, foi o fim da saga de Suker em Copas. Até mesmo os super-heróis envelhecem.
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