Os caras das Copas: Zagallo, campeão como jogador, técnico e auxiliar
De 'Formiguinha' a 'Velho Lobo', ex-ponta tem nome marcado entre maiores dos Mundiais
Mário Jorge Lobo Zagallo é sinônimo de Copa do Mundo. Como ponta-esquerda, ele foi titular nas campanhas dos títulos da Seleção Brasileira em 1958 e 1962. Como treinador, guiou a conquista do tri em 70. Já em 1994, no tetra, era o auxiliar do técnico Carlos Alberto Parreira. Para falar de Zagallo, precisamos falar sobre seus feitos dentro de campo e também fora, como treinador ou nos bastidores. Afinal, são cinco decisões em sete Copas vividas.
Zagallo tinha 26 anos quando foi chamado para a Copa da Suécia - e 1958 foi o ano da primeira convocação dele para a Seleção. Reserva durante a preparação para o Mundial, virou titular após lesão de Pepe. Participou dos seis jogos da Copa e teve papel preponderante taticamente. O esquema do técnico Vicente Feola fazia com que Zagallo atacasse e recuasse para marcar no meio, dando origem ao 4-3-3. Com isso, o Brasil foi mais a sólida defesa do Mundial (quatro gols sofridos, ao lado do País de Gales). Inclusive, por conta de sua dedicação, Zagallo já tinha o apelido de Formiguinha. Na final, o ponta-esquerda teve seu esforço premiado com o seu primeiro gol na Copa, o quarto da Seleção em goleada por 5 a 2 sobre a Suécia, que deu o primeiro título mundial ao Brasil.
Quatro anos depois, Zagallo seguia em alta e também foi titular nos seis jogos da Seleção na Copa do Chile, agora com o técnico Aymoré Moreira. Ele fez um gol naquele Mundial, o primeiro da Seleção na disputa, em vitória por 2 a 0 sobre o México, e novamente foi fundamental taticamente para que o Brasil saísse de novo campeão. Zagallo jogou pela Seleção até 1964 e deixou os campos em 1966. Quatro anos depois, três meses antes da Copa do México, Zagallo foi chamado para ser o técnico da Seleção no lugar de João Saldanha. E, aos 38 anos, comandou um time histórico, que garantiu o tricampeonato do mundo para o Brasil e encantou o planeta.
Já uma lenda, Zagallo foi o técnico da Seleção na Copa do Mundo da Alemanha Ocidental, em 1974. A equipe fez grandes jogos, mas foi eliminada quando estava a um passo da final, perdendo para a Holanda, de Johan Cruyff, por 2 a 0 no último duelo da segunda fase. A Seleção também acabou derrotada na disputa pelo terceiro lugar, levando a pior diante da Polônia, por 1 a 0.
Zagallo e Seleção Brasileira voltaram a se encontrar em 1991. Ele assumiu o posto de auxiliar técnico de Carlos Alberto Parreira, que estava entrando no lugar de Paulo Roberto Falcão. Três anos depois, na Copa do Mundo dos Estados Unidos, a dupla conseguiu comandar a Seleção rumo ao tetra, fazendo a Seleção encerrar uma seca de 24 anos sem conquistar um Mundial.
Em 1998, já com experiência de sobra e apelidado como "Velho Lobo", Zagallo era o treinador da Seleção e atingiu nova final, sendo vice contra a França. O técnico não se arrepende de ter escalado Ronaldo na decisão, mesmo após o atacante ter sofrido uma convulsão na concentração cinco horas antes: "Ele pediu para jogar e não tive dúvidas em colocá-lo. Não me arrependo". Por fim, em 2006, Zagallo voltou a ser auxiliar de Carlos Alberto Parreira em uma Copa. A França foi vilã novamente, eliminando o Brasil nas quartas de final. Porém, uma grande história de glórias já estava escrita por Zagallo. Uma saga cheia de títulos, superstições relacionadas ao número 13 e fé no protetor Santo Antônio.