“Carne de ouro” recebe críticas: lembre polêmicas que envolveram a Seleção em Copas do Mundo

A visita de Ronaldo e mais alguns jogadores da Seleção Brasileira à churrascaria 'Nusr-Et', no Catar, continua repercutindo negativamente. No estabelecimento, conhecido pelos cortes de carne exóticos e caros, os brasileiros foram flagrados experimentando uma peça banhada a ouro 24 quilates, avaliada em aproximadamente R$ 9 mil. Jornalistas e várias outras personalidades, como os comentaristas Renato Maurício Padro e Walter Casagrande, e o Padre Júlio Lancelotti, conhecido pelo seu trabalho na defesa dos direitos humanos, se manifestaram em repúdio às imagens. Essa não é a primeira vez que a Seleção Brasileira sem envolve em polêmicas durante a preparação ou até mesmo a disputa de uma Copa do Mundo. Relembre outros casos que deram o que falar.

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1966 - Convocação política: o Mundial da Inglaterra foi um dos maiores vexames da história da Seleção Brasileira e muito desse resultado é atribuído à bagunça na organização, em que o treinador Vicente Feola (foto), Campeão em 1958, chegou a montar quatro times durante os treinamentos. O que pouca gente se lembra é o motivo pelo qual foram convocados quase 50 jogadores: interferência política. Para se ter uma ideia: dos 22 jogadores que integraram a lista final, 10 eram de São Paulo, 10 do Rio de Janeiro, um do Rio grande do Sul e um de Minas Gerais, como uma tentativa de agradar aos estados dos principais clubes do país.

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1970 - A troca de João Saldanha por Zagallo: no auge da ditadura, o treinador da Seleção rasileira ousou desafiar os militares do poder. O presidente da época, General Emílio Médici, era fã declarado de Dadá Maravilha. João Saldanha, o comandante da equipe brasileira, não convocava o jogador. Quando questionado pela imprensa, respondeu de maneira irônica: 'Eu não escalo o ministério e o presidente não escala a Seleção'. Duas semanas depois, Saldanha foi demitido. A imprensa da época, que vivia sob vigilância e censura, não podia falar mal do regime e alegava que o motivo seria a personalidade explosiva de Saldanha. Até hoje não existem provas ou declarações que comprovem interferência militar na decisão do treinador.

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1970 e 1974 - Interferências da ditadura na Seleção: as intervenções do regime militar na Seleção Brasileira não se limitaram à troca de Saldanha por Zagallo. Dirceu Lopes, ídolo do Cruzeiro, era um dos jogadores mais importantes no time do 'João Sem Medo' e acabou sendo afastado da Seleção 'por tabela'. Outra forma que o governo encontrou para marcar presença na antiga CBD (confederação brasileira de desportos) era colocando militares em cargos de direção ou na comissão técnica. Carlos Alberto Parreira e Cláudio Coutinho, dois ex-treinadores do Brasil, eram militares.

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1974 - O 'Tico-tico no fubá' e a arrogância de Zagallo: em 1974, Zagallo se referiu à Holanda, sensação daquele Mundial como 'tico-tico no fubá', comparando a equipe ao América do Rio de Janeiro nos anos 50. Em campo, a equipe comandada por Cruyff e Rinus MIchels expôs a arrogância e o desconhecimento do treinador: 2 a 0 para os europeus e classificação para a final da Copa.

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1982 - A camisa com o 'ramo de café': antes de 1982, a CBF assinou um contrato milionário com o IBC (Instituto Brasileiro do Café). O acordo de patrocínio era considerado pioneiro, e a Seleção passou a estampar a ilustração de um ramo de café em várias partes do uniforme, sempre repreendido pela FIFA. Para a disputa do Mundial, a CBF resolveu mudar o escudo da camisa, colocando a taça Jules Rimet e o polêmico ramo de café no seu símbolo. Dessa forma a FIFA não poderia proibir a exibição da figura por se tratar de parte do escudo da confederação. O ramo de café só saiu da camisa do Brasil em 1986, após muita insistência da FIFA.

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1986 - Leandro cortado da Copa: durante a preparação para o Mundial de 1986, Renato Gaúcho teria fugido da concentração, retornado após o horário estabelecido pelo treinador e levado alguns companheiros para a farra. Um desses companheiros teria sido Leandro, lateral direito do Flamengo. Telê cortou apenas Renato e, em solidariedade ao companheiro de equipe, Leandro não se apresentou no aeroporto, ficando fora da disputa do Mundial do México.

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$1990 - Foto cobrindo patrocínio: na fotografia oficial da Seleção convocada para a disputa do Mundial da Itália, um gesto aparentemente patriótico escondia uma queda de braço entre o elenco e a CBF. E o motivo era dinheiro. A CBF tinha fechado um patrocínio milionário com a 'Pepsi', mas negociava um valor de premiação baixo caso a Seleção voltasse para casa com o Tetra. Foi aí que os atletas decidiram boicotar o patrocinador, que estampava sua marca na mesma altura do peito, colocando a mão sobre a logo da empresa. Essa imagem já era um forte indicio do fracasso que seria a campanha brasileira naquela Copa.$

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1994 - O 'Voo da muamba': a delegação brasileira foi aos Estados Unidos com aproximadamente 3 toneladas em bagagens e retornou com quase 15 Obviamente, a taça do tetracampeonato não pesava 12 toneladas, algo estava errado. Uma série de reportagens da 'Folha de São Paulo' revelou que os representantes da Seleção Brasileira haviam aproveitado a disputa do mundial para trazer mercadorias importadas sem pagar imposto. Ricardo Teixeira (foto), presidente da CBF à época, chegou a trazer equipamentos para uma choperia que estava abrindo. À época, a Receita Federal tentou inspecionar a bagagem da representação brasileira, mas Teixeira fez valer sua influencia entre políticos e, com chantagens e ameaças, fez com que os pertences da delegação não fossem vistoriados. Por discordar do desfecho que beneficiava os sonegadores, o secretário da Receita Federal, Osiris Lopes Filho, pediu demissão dois dias depois.

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1998 - O corte de Romário: o Baixinho havia sofrido uma lesão muscular na panturrilha, mas dizia que conseguiria se recuperar ao longo do Mundial da França. A comissão técnica liderada por Zagallo não quis esperar e cortou o atacante. O anúncio foi feito em uma entrevista coletiva na França, uma semana antes da estreia brasileira no torneio. Sem papas na língua, Romário chorou e não poupou ninguém. Culpou Zagallo, Zico, auxiliar da Seleção naquele ciclo, e todo o Staff. Ainda durante a realização do torneio, Romário voltou a jogar pelo Flamengo.

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1998 - A convulsão de Ronaldo: horas antes da grande final de 1998, diante da França, Ronaldo sofreu uma convulsão no hotel em que a Seleção se concentrava. A imprensa presente no 'Estádio da França', palco da decisão, se assustou com o nome de Edmundo na relação oficial da FIFA que divulgava os onze titulares. Instantes antes da partida, uma nova escalação, com Ronaldo, foi divulgada. A mescla entre um time desorganizado e o abalo pelo acontecimento resultaram em uma derrota acachapante: 3 a 0 para a França. Os motivos da ausência de Ronaldo na primeira escalação se tornaram públicos apenas após a partida e até hoje há quem crie teorias da conspiração sobre esse dia.

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2006 - Desordem em Weggis: durante a preparação para o Mundial de 2006, os treinos foram todos abertos para o público, que lotava os lugares disponíveis para assistir Ronaldo, Ronaldinho, Kaká, Adriano e outros craques. Certo dia, uma mulher invadiu o campo durante o alongamento dos jogadores e se jogou em cima de Ronaldinho, abraçando-o e interrompendo a atividade. As brincadeiras dos outros jogadores com o ocorrido foi apenas a ponta do iceberg em uma das preparações mais desastrosas que a Seleção brasileira já teve. Dirigentes da CBF chegaram a acusar os jogadores de chegarem bêbados e durante a madrugada na concentração.

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2010 - Kaká rebate Juca Kfouri com religião: durante a preparação para a Copa da África do Sul, o jornalista Juca Kfouri publicou em sua coluna na 'Folha' que Kaká tinha uma lesão no púbis, que poderia prejudicar a sequência de sua carreira. Em coletiva de imprensa, Kaká decidiu rebater o jornalista através de uma resposta a André Kfouri, filho de Juca e repórter da 'ESPN' durante o torneio. Kaká acusou Juca de perseguição por questões religiosas, alegando que Juca seria ateu e não gostava quando Kaká professava a sua fé durante os jogos.

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2010 - Dunga xinga Alex Escobar em coletiva: após a vitória da Seleção Brasileira sobre a Costa do Marfim no Mundial de 2010, Dunga, visivelmente irritado pela má arbitragem, começou a desfilar todo o seu arsenal de ironias para cima dos jornalistas. Até que, por um engano, viu o jornalista Alex Escobar, da 'Globo', balançando a cabeça enquanto falava ao celular. Dunga pensou que fosse um gesto de reprovação às suas respostas e provocou Escobar, que negou qualquer relação entre o gesto e as respostas do treinador. A cena seguinte foi uma bizarra sequência de xingamentos e palavrões de Dunga, dirigidos a Escobar. O sistema de som da sala de imprensa captou todas as palavras e imediatamente a falta de educação de Dunga virou manchete, ofuscando a classificação brasileira às oitavas de final.

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2014 - Luciano Huck interrompe treino para gravar seu programa: a Seleção Brasileira treinava na Granja Comary visando a preparação para a disputa do Mundial em casa. Após o aquecimento, o apresentador Luciano Huck interrompeu o treino com um cadeirante para gravar trechos do seu programa. Após a interrupção, o treino continuou como se nada tivesse acontecido.

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2014 - Dona Lúcia: um dos momentos mais constrangedores da história da Seleção Brasileira foi protagonizado por Carlos Alberto Parreira, treinador do Tetra. Após a goleada por 7 a 1 sofrida para a Alemanha na Copa de 2014, Parreira decidiu ler uma carta de uam suposta torcedora chamada 'Dona Lucia'. No texto, a suposta escritora pedia para que Felipão e Parreira não deixassem o comando da Seleção, além de dar forças para os comandantes do Brasil. Um dos motivos que fazem as pessoas duvidarem da veracidade dessa carta é que a carta foi escrita, enviada à Granja Comary e lida na entrevista dentro de um intervalo menor que 24 horas. Até hoje não se sabe se a tal 'Dona Lúcia' existe de verdade.

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