A Dinamarca talvez nem precise de gols para se classificar às oitavas de final da Copa do Mundo, nesta terça-feira, contra a França, às 11h, no estádio Lujniki, em Moscou - a equipe pode até perder desde que a Austrália não vença o Peru na última rodada do Grupo C. Um gol contra os franceses, no entanto, está na memória de um importante personagem da história dinamarquesa que, hoje, ao contrário do passado, está longe dos holofotes na Copa de 2018. Trata-se do ex-atacante Jon Dahl Tomasson, maior artilheiro da seleção da Dinamarca.
Hoje aos 41 anos e aposentado desde 2011, Tomasson trabalha para ser treinador e é auxiliar de Åge Hareide, o comandante da Dinamarca, desde 2016. Há pouco mais de 16 anos, em 11 de junho de 2002, o então atacante fez o segundo gol da vitória dinamarquesa por 2 a 0 sobre o França, no último encontro entre as seleções em Copas. A partida, realizada em Incheon, na Coreia do Sul, também foi válida pela terceira rodada e o gol de Tomasson selou a eliminação da França, que era a atual campeã mundial.
A Dinamarca avançou em primeiro no grupo que também tinha Uruguai e Senegal e foi eliminada nas oitavas diante da Inglaterra (derrota por 3 a 0). Hoje, a França está classificada. O carrasco Tomasson senta no banco e tem a missão de ajudar Hareide a orientar Eriksen e seus companheiros a buscar a vaga, que não vem justamente desde 2002 (a Dinamarca caiu na primeira fase em 2010 e não disputou as outras Copas do Mundo). Quem já trabalhou com o dinamarquês na atual função o elogia no dia a dia.
- É um cara muito esperto, muito inteligente, dá sempre um toque ao jogador de como receber uma bola. Acrescentou muito na minha carreira, estava sempre disposto a me ajudar, orientando. É um cara com experiência e o jogador gosta de ter esse contato - contou ao L! o meia-atacante brasileiro Nathan, que trabalhou com Tomasson entre 2015 e 2016, quando o ex-atacante foi auxiliar do Vitesse, da Holanda. Nathan, de 22 anos, pertence ao Chelsea (ING) e está emprestado ao Belenenses (POR).
O gol histórico contra a França, em 2002, foi o penúltimo de Tomasson com a camisa da Dinamarca em Copas - ele ainda fez mais um, de pênalti, contra o Japão, no Mundial de 2010. Foram cinco gols em Copas de um total de 52 que o ex-atleta marcou pela seleção, sendo o maior goleador da história do país.
- É preciso ser mentalmente forte para vencer uma partida numa Copa. Se seguir o plano de jogo que foi estipulado, a chance de uma grande atuação é maior e a de garantir os três pontos também - afirmou Tomasson.
Campeão cinco vezes pelo Milan (ITA), conquistando inclusive a Liga dos Campeões de 2002-03, o ex-atacante acabou encerrando a carreira aos 34 anos por conta de lesões. Entre 2012 e 2013, Tomasson começou a trabalhar como auxiliar no Excelsior, da Holanda, onde teve uma experiência como técnico principal, mesma situação pela qual passou no Roda JC, do mesmo país. O dinamarquês voltou a ser auxiliar no Vitesse antes de assumir o desafio atual.
Há 16 anos, Rommedahl abriu o placar no primeiro tempo e Tomasson fechou a conta da Dinamarca contra a França, no segundo. Nesta terça, caberá ao auxiliar passar aos atletas sua experiência em Copas para que a Dinamarca vença a França mais uma vez. Uma outra função está destinada a ele: receber informações do andamento de Austrália x Peru.
- Vamos ter um assistente presente neste jogo, e Jon Dahl (Tomasson) vai receber as informações de como está a outra partida no intervalo. Mas talvez eu não conte aos meus jogadores - brincou o treinador Åge Hareide.
A Dinamarca tem quatro pontos, dois a menos do que a França. A Austrália tem apenas um, enquanto que o Peru está zerado. Caso perca dos franceses, a Dinamarca pode ser ultrapassada nos critérios de desempate com vitória dos australianos sobre os peruanos na partida que acontecerá no mesmo horário.
Há 20 anos, quando a França conquistou sua única Copa do Mundo, a Dinamarca também foi adversária na terceira rodada do grupo. Na ocasião, os franceses levaram a melhor com uma vitória por 2 a 1. Tomasson não estava lá.