(Fotos: AFP)
O Uruguai estreou na Copa com uma vitória suada por 1 a 0 sobre o Egito, na última sexta-feira, em Ecaterimburgo. Além do gol marcado por Giménez aos 45 minutos do segundo tempo, outro fator chamou atenção. O técnico Óscar Tabárez optou por escalar um meio de campo com quatro jovens jogadores que faziam suas estreias na competição. Rodrigo Betancur, Matías Vecino, Nahitan Nández e De Arrascaeta foram os responsáveis por cuidar do setor na Celeste.
A escolha foi ousada, tendo em vista a falta de experiência dos jogadores na competição. O quarteto, porém, não teve boa atuação. A marcação adiantada do Egito, com ênfase na saída de bola uruguaia, limitou o espaço dos volantes e do meia, que tiveram dificuldades de fazer a ligação do meio com o ataque, sobrecarregando os laterais e abusando de ligações diretas. Apesar da estreia não ter sido tão vantajosa para o quarteto, os jogadores já demonstram potencial em seus clubes e carreira.
Rodrigo Betancur, joia da Juventus
Bentancur chegou ao Boca Juniors (ARG) com 13 anos e estreou no profissional em 2015. Apesar da longa trajetória na base xeneize, disputou poucos jogos pela equipe principal. Envolvido em uma negociação com Carlitos Tévez, o volante se transferiu para a Juventus, em 2017, por 10,5 milhões de euros (cerca de 46 milhões de reais).
Pela Juve, apesar de já ter participado de 27 jogos, ainda não conseguiu se firmar no time titular. Dentre os quatro, Bentancur foi o último a estrear pela Celeste. Em outubro de 2017, nas eliminatórias para a Copa, no empate por 0 a 0 contra Venezuela, o volante fez sua primeira partida pela seleção. Antes disso, porém, o jogador integrou a seleção que foi vice-campeã mundial sub-20 de 2017.
- Meu sonho sempre foi jogar na Europa. O futebol italiano é mais rápido do que o argentino, mas eu me sinto preparado. Assim que eu tive a chance de vir para a Europa, eu estava muito feliz. É uma honra estar na Juventus – disse a ‘Juventus TV’, em 2017.
A influência do futebol vem do berço. Seu pai foi jogador, técnico e presidente do Artesano, um pequeno clube de sua cidade natal, Nueva Helvecia, no Uruguai. Com quatro anos, sofreu a perda de sua mãe. Em toda sua carreira, Bentancur usa a camisa 30, dia em que sua mãe nasceu, além de carregar no braço a tatuagem de um anjo, em homenagem a sua mãe.
Matías Vecino, experiente na Itália
Dentre os estreantes, Matías Vecino é o mais velho. Com 26 anos, foi revelado pelo Central, do Uruguai, mas fez poucas partidas, ficando apenas uma temporada. Apesar do pouco tempo, Vecino chamou a atenção (foram 32 jogos, dois gols e uma assistência) e se transferiu para o Nacional, um dos maiores clubes do Uruguai. No Tricolor, suas atuações já chamavam atenção.
- Matías está mostrando que é um grande jogador. Já havia mostrado potencial no Nacional, porém era muito jovem e tinha muito a crescer. Já se via um ritmo e intensidade fora do comum. Realizou boas partidas no Nacional e se via que teria projeção - disse ao 'Referi', o atual técnico do Nacional, Alexander Medina
Depois do Nacional, Vecino começou sua peregrinação na Itália. Contratado pela Fiorentina, não teve boa adaptação e foi emprestado para o Cagliari (2014) e Empoli (2015). Em seu segundo retorno de empréstimo, conseguiu se estabelecer na Viola. Ao todo disputou 85 partidas, marcou seis gols e deu cinco assistências.
Seus números fizeram a Internazionale acertar sua contratação em 2017. Atualmente é um dos destaques da equipe e em 31 jogos, marcou três gols e deu três assistências. Sua estreia no Uruguai foi em 2016, contra o Brasil, no empate em 2 a 2, pelas Eliminatórias. Ao todo participou de 22 jogos e marcou um gol.
Nahitan Nández, coração amarelo e preto
Nahitan Nández passou boa parte de sua carreira no clube que o revelou: o Peñarol. Pelo clube uruguaio, o volante conquistou o Campeonato Uruguaio de 2015-16. Ao todo, soma 87 partidas, com oito gols marcados e 11 assistências. Nahitan sempre foi torcedor do clube e tinha como principal ídolo e referência na infância, o meia Tony Pacheco, que jogou no Peñarol entre 1993 e 2000. O atual volante da seleção uruguaia realizou o sonho de criança de vestir a camisa do clube do coração e se tornou o mais jovem jogador a ser capitão da equipe.
- Jogar no Peñarol era um sonho. Aconteceu tudo tão rápido, que no momento, a ficha não caiu. Também pude sair campeão. Foi muito lindo como vivi esse momento. Eu sonhava com tudo que aconteceu comigo, mas não imaginava ser capitão tão jovem - disse o volante ao 'El Gráfico'
As boas atuações fizeram com que o volante de 22 anos chamasse a atenção do gigante argentino Boca Juniors, que acertou sua transferência em 2017. Até agora, Nández participou de 26 jogos, marcou quatro gols e deu uma assistência. Nández estrou na vitória do Uruguai por 1 a 0, em 2015, no amistoso contra a Costa Rica.
Giorgian De Arrascaeta, jogador de duas Celestes
Arrascaeta é o mais conhecido pelos brasileiros desta lista. No Cruzeiro desde 2015, o meia é um jogadores no cenário brasileiro de mais qualidade no meio campo. Em seu início no Brasil, teve dificuldade de adaptação, mas se recuperou e é um dos ídolos recentes da torcida cruzeirense. O meia conquistou a Copa do Brasil de 2017 e, ao todo, já participou de 90 jogos, fez 20 gols e deu 14 assistências.
No Uruguai, fez sua estreia na Celeste, no amistoso contra a Coréia do Sul, em 2014, na vitória por 1 a 0. O jogador é visto como uma das principais promessas da parte ofensiva e já chama a atenção de clubes europeus. Ao todo pela Celeste, Arrascaeta fez 15 jogos e marcou dois gols. Na base, foram 20 partidas com quatro tentos.
– É uma sensação máxima poder representar a sua seleção. O máximo que um jogador pode atingir é jogar na sua seleção. Conquistar uma Copa seria algo extraordinário, mas representar ela me deixa muito contente – disse Arrascaeta ao LANCE!.
Agenda
O Uruguai divide a liderança do Grupo A com a Rússia, mas ocupa a segunda colocação por conta do saldo de gols. A próxima partida da Celeste é contra a Arábia Saudita, no quarta, às 12h, em Rostov.
