Copa do Mundo: entenda a rivalidade histórica entre Estados Unidos e Irã
Seleções que se enfrentam nesta terça-feira possuem relacionamento geopolítico conturbado; tensões aumentaram após ações do governo Trump, antecessor de Biden
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Estados Unidos e Irã fazem jogo nesta terça-feira, às 16h (de Brasília), marcado pelas tensões geopolíticas históricas e recentes entre os dois países. Pela última rodada da fase de grupos da Copa do Mundo, as duas equipes podem se classificar e a conturbada relação extracampo pode refletir dentro do gramado. Dessa forma, o LANCE! contextualiza os problemas para você, torcedor, ficar ligado em todos os aspectos da decisão.
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No dia 2 de janeiro de 2020, o Exército dos Estados Unidos, sob a tutela do ex-presidente Donald Trump, realizaram um ataque no aeroporto de Bagdá, capital do Iraque, que culminou na morte de dois líderes militares do Irã.
Na operação, o comandante das Forças Quds, unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã, o brigadeiro-general Qassen Soleimani - tido como o grande líder militar do país - foi revelado morto horas depois da ação militar. Além dele, o número 2 das Forças de Mobilização Popular (FMP), o comandante Abu Mahdi al-Muandis, também foi morto.
Durante o seu período como governante dos EUA, Trump sempre tratou o Irã, tanto nas relações internas, quanto nas redes sociais - onde foi muito ativo nos quatro anos de governo -, como um país ameaçador à segurança mundial.
A relação entre os governos nem sempre foi problemática: em 1953, ao lado dos ingleses, os Estados Unidos participaram da "Operação Ajax", que possibilitou o Golpe de Estado no Irã e trouxe a monarquia de volta ao país.
No entanto, com o passar dos anos, a repressão política e a forte influência estrangeira fez crescer as manifestações da população, o que culminou na Revolução Iraniana. Em 1979, a então monarquia autocrática governada pelo Xá Mohammad Reza Pahlevi se tornou uma república islâmica, com a aplicação dos preceitos do islã no governo, o que vigora até hoje.
Nas últimas décadas, os problemas entre os dois países voltaram a aparecer com mais força. Algumas sanções econômicas foram impostas pelos Estados Unidos, o que afetou diretamente a economia iraniana.
O ex-presidente Bill Clinton, que governou entre 1993 e 2001, proibiu a participação das empresas norte-americanas na indústria petroleira iraniana, além de vetar a colocação de capital em Teerã, capital do país. Segundo o governo estadunidense, o Irã estava produzindo armas de destruição em massa, com fortalecimento da indústria bélico-nuclear.
Em 2015, um acordo mundial com relação às questões de desenvolvimento nuclear foi firmado, com o Irã se comprometendo a parar o seu programa.
Porém, em 2018, o presidente dos EUA Donald Trump rompeu o acordo, o que foi considerado uma decisão ruim pelos outros países. Concomitantemente, as sanções sobre o Irã foram ainda mais potentes desde então.
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Dessa forma, Estados Unidos e Irã se enfrentam mais uma vez, mas dentro de campo. Pelo Grupo B, as duas equipes fazem a última rodada da primeira fase nesta terça-feira, às 16h (de Brasília), no Al Thumama Stadium.
Além das duas seleções, integram o Grupo B Inglaterra e País de Gales, que jogam no mesmo horário. O Irã ocupa a segunda posição do grupo, com 3 pontos, enquanto os EUA estão em terceiro lugar, com dois pontos conquistados.
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