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Copa Tática: os trunfos do Egito, nos ombros de Mohamed Salah

Atacante, que se tornou astro mundial, luta para superar problema físico e comandar a seleção que volta a uma Copa após 28 anos. Lista de convocados tem atletas experientes

Salah Egito
AFP

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A temporada 2017-18 colocou Mohamed Salah na lista dos grandes protagonistas do futebol mundial. Artilheiro e premiado como melhor jogador da Premier League, é o principal símbolo de um país que volta a disputar uma Copa do Mundo após 28 anos. E o longo período não foi por falta de qualidade.

O Egito chegou a ser tricampeão na África entre 2006 e 2010, mas sempre bateu na trave nas eliminatórias. O veterano goleiro El Hadary é o remanescente de um grupo que merecia ter jogado um mundial. Aos 45 anos, carrega mais de duas décadas de bagagem na seleção e deve superar o recorde de Mondragón, que jogou em 2014 aos 43 anos.

A lista de convocados tem seis jogadores com experiência de Premier League: Salah, Elneny, Ramadan, Hegazy, Ali Gabr e Elmohamady, embora o penúltimo não tenha jogado qualquer minuto no rebaixado West Bromwich e o último esteja na segunda divisão com o Aston Villa.

No papel, a fórmula parece bem simples: extrair o máximo possível de seu jogador mais importante. No Liverpool, Salah virou uma máquina de definir lances, geralmente acionado no terço final do campo. Não precisa iniciar as jogadas tão recuado e se comporta como um atacante que parte da direita. Sempre pronto para acelerar em diagonal, é uma ameaça em profundidade por sua velocidade e drible, muitas vezes aproveitando o espaço criado por Firmino, um 9 que flutua por todo o campo e contribui na construção.


No Egito, a lógica será parecida, mas com maior previsibilidade, já que o time naturalmente procura a sua referência técnica. Salah também parte da direita para buscar zonas de finalização no 4-2-3-1. A dúvida está no restante do setor ofensivo. O experiente Abdalla Said deve ser o meia central, com papel importante para ajudar Elneny na distribuição. O volante do Arsenal é chave na faixa central do campo e tem liberdade para avançar, muitas vezes sobrecarregado com e sem a bola. Said já busca os lados do campo, gerando triangulações com Salah na direita ou Trezeguet na esquerda. Os dois pontas exploram as diagonais em direção ao gol. Na fase de grupos das eliminatórias, Héctor Cúper usou cinco "camisas 9" diferentes em seis jogos. Ahmed Hassan, atacante do Braga, seria a alternativa para um pivô de maior força física, prendendo a bola com menos velocidade, mas abrindo espaço ao sair da referência e arrastar zagueiros adversários, o que poderia encaixar com as infiltrações de Salah. O problema é que "Koka", como é conhecido, foi cortado da lista final, que tem apenas um 9 de origem: Marwan Mohsen, que passou mais de um ano se recuperando de grave lesão e jogou apenas duas partidas como titular no Campeonato Egípcio desde o início de 2017.


Embora a condição física ainda seja uma preocupação e tenha maior dificuldade para proteger a bola como pivô, o atacante do Al Ahly pode tirar proveito do posicionamento mais defensivo para buscar lançamentos para os pontas nos contra-ataques. O único plano B passa a ser Kahraba, um ponta que pode atuar centralizado, gerando maior mobilidade e trocas de posições no quarteto ofensivo.

Defensivamente, apesar de ter uma zaga formada por peças teoricamente fortes no jogo aéreo, são muitos os gols e chances cedidas a partir de cruzamentos. A questão não é individual: Hegazy, por exemplo, é um jogador lento, mas forte pelo alto. O ponto é o equilíbrio coletivo. Nas eliminatórias, a equipe costumava se defender com 6 ou 7 jogadores, deixando os pontas com menor responsabilidade e sobrecarregando a dupla de volantes, com eventual ajuda do meia central. Com o time separado em dois blocos distantes, o lateral constantemente precisa sair para marcar o corredor e puxa todo o restante da primeira linha, abrindo espaços para os cruzamentos na segunda trave. Em geral, as chances claras sofridas foram em bolas levantadas nas costas dos zagueiros e, eventualmente, até nas costas do lateral do lado oposto, com a chegada de um ponta pelo setor.

O grande desafio é encontrar um maior equilíbrio sem comprometer o seu jogador mais decisivo. Salah é o atacante pela direita em um trio que fica avançado mesmo sem a bola, esperando a chance para contra-atacar. Uma saída seria escalar Ramadan e Trezeguet (ambos preferem a esquerda) pelos lados, deixando Salah mais solto como um segundo atacante, podendo recompor na frente das duas linhas (formação que foi testada com Shikabala por dentro, como substituto de Abdalla Said, embora com características bem diferentes). Outra alternativa, mais cautelosa e não testada, seria dobrar a marcação na direita com Elmohamady em uma segunda linha, na frente de Fathi. De qualquer forma, é importante não subestimar a atual capacidade de decisão do atacante do Liverpool, por mais que a lesão na final da Champions League crie dúvidas sobre a real condição física do jogador para a Copa do Mundo. Héctor Cúper provavelmente tentará adotar uma estratégia defensiva para se proteger melhor e fazer o maior estrago possível nos contra-ataques.

Jogos no Grupo A
15/6 - 9h - Egito x Uruguai
​19/6 - 15h - Rússia x Egito
​25/6 - 11h - Arábia Saudita x Egito

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