O técnico português Carlos Queiroz, da seleção do Irã, abandonou a coletiva de imprensa após pergunta sobre representar o país diante das alegações de violações aos direitos das mulheres no Irã.
- Para qual canal você trabalha? Quanto vai me pagar para responder a essa pergunta? Vocês são uma empresa privada, quanto vão me pagar? Fale com o seu chefe e no final da Copa posso te dar uma resposta se me fizer uma boa oferta. Para responder a essa pergunta, não coloque palavras que eu não disse na minha boca, eu estou perguntando à sua companhia quanto vão me pagar para responder - disse o português antes de se levantar.
Ao sair da mesa, Queiroz ainda sugeriu ao repórter a análise de outra situação, já fora do microfone.
- Acho que devia pensar também sobre o que acontece com os imigrantes na Inglaterra, como são tratados. - completou Carlos.
O técnico chegou a responder em outro momento da entrevista sobre a possibilidade dos jogadores realizarem protesto em favor das mulheres durante o Mundial:
- O Irã é exatamente como o seu país. Segue o espírito do jogo e as regras da Fifa. É assim que você se expressa no futebol. Todos têm o direito de se expressar. Vocês se ajoelham nos jogos. Algumas pessoas concordam, outras não, e no Irã é exatamente o mesmo. Mas esse tipo de assunto não está em questão na seleção nacional, os jogadores só têm uma coisa na cabeça que é lutar pelo sonho de passar da fase de grupos. - afirmou Queiroz.
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As manifestações no país asiático já duram mais de dois meses e são realizados por universitários locais que protestam contra a segregação por sexo nos refeitórios da universidade.
Após a morte da jovem Mahsa Amini, de 22 anos, que estava sob custódia em detenção da polícia seguindo o rígido código de vestimenta imposto pelo país às mulheres, os protestos se intensificaram no Irã e os atletas de seleção retiraram as fotos de perfil no Instagram em apoio à causa. Já Azmoun foi mais longe e fez um post sobre o caso nas redes sociais.