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Iranianas vibram com vitória e por poderem entrar em estádio na Copa

Mulheres do Irã driblam proibição de seu país para acompanhar o triunfo de sua seleção sobre Marrocos, no Mundial na Rússia, e fazem apelo ao planeta por apoio à causa delas

Torcedora - Irã
imagem camera(Foto: GIUSEPPE CACACE / AFP)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 16/06/2018
15:58
Atualizado em 16/06/2018
16:14

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Certamente, passou despercebido para a maioria dos espectadores ao redor do mundo a importância da imagem de iranianas vibrando nas arquibancadas do estádio Lujniki, em Moscou, nessa sexta-feira. Elas não comemoravam só a vitória por 1 a 0 sobre Marrocos, a primeira do time em Copas do Mundo em 20 anos, mas a rara chance de acompanhar de perto um jogo de futebol.

No Irã, por lei, as mulheres são proibidas de verem partidas de futebol no estádio. Mas o veto ocorre somente em eventos dentro do país. Por isso, o Mundial na Rússia é uma oportunidade bastante celebrada, como expuseram um homem e uma mulher exibindo, nos arredores da arena, uma faixa dizendo, em inglês, "4127 km para estar em um estádio como uma família".

Outros cartazes chamavam atenção e um deles chegou a ser exposto no estádio, com a frase, também em inglês, "Apoie que as mulheres iranianas possam ir a estádios". Mas organizadores pediram que ele não fosse mais mostrado, já que há um protocolo na Fifa vetando manifestações durante as partidas do Mundial.

- O Irã não quer ver mulheres felizes no estádio, e as mulheres ficaram ainda mais vulneráveis com a pobre situação econômica do país. Queremos ser livres, ver jogos. Foi maravilhoso ver como tantas pessoas reagiram positivamente com a nossa presença, tirando fotos do meu cartaz - falou ao Washing Post a manifestante Sara, que faz parte de um grupo chamado Open Stadiums ("estádios abertos", em inglês) e carregava um cartaz dizendo "Eles temem pelo que mais podemos querer".

Para ver jogos em estádio no Irã, algumas mulheres chegam a se disfarçar de homens, colando pelos na cara para simular barbas. Em março deste ano, durante uma visita ao país, Gianni Infantino, presidente da Fifa, ouviu o apelo de 35 mulheres pela causa e prometeu se esforçar para apoiá-la em conversa com as autoridades locais. Mas, até agora, não ocorreu nenhum avanço.

Para assistir ao triunfo por 1 a 0 sobre o Marrocos, com gol contra nos acréscimos, algumas iranianas foram ao estádio até abrindo mão do véu, costume no país para encobrir a maior parte do rosto. Estiveram livres para acompanhar o primeiro triunfo do país em Copas do Mundo desde que impôs 2 a 1 sobre os Estados Unidos, em 1998, na França.

Em campo, o Irã lidera o grupo B do Mundial, com três pontos, dois acima de Espanha e Portugal e três a mais do que o Marrocos. O time do Oriente Médio volta a jogar na quarta-feira, às 15h (de Brasília), diante dos espanhóis, em Kazan, e fazem a última partida válida pela primeira fase no dia 25, às 15h, diante dos portugueses, em Saransk.

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