Lucas Moura vê Inglaterra forte na Copa do Mundo: ‘Está ressurgindo’

Meia está no Tottenham há seis meses e pôde conviver com destaques da seleção britânica no Mundial, como Harry Kane e Dele Alli. Brasileiro fala de saída do PSG

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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 19/06/2018
18:04
Atualizado em 20/06/2018
06:30
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Lucas Moura chegou ao Tottenham em janeiro após cinco temporadas e meia no PSG. Em Londres, encontrou um time encaixado, que já contava com o setor ofensivo desenhado pelo técnico Mauricio Pochettino com Son, Eriksen, Dele Alli e Harry Kane.

O pouco tempo na Premier League, contudo, deu a Lucas Moura afinidade com o "campeonato mais competitivo do mundo". Em processo de adaptação, viu diversos craques desfilarem talento e pôde conhecer mais da competição. E também dos jogadores ingleses, que estão formando o esquadrão na disputa da Copa do Mundo.

Ao LANCE!, o atacante fala sobre a participação da Inglaterra no Mundial, sua saída do PSG e o processo de adaptação no Tottenham ao lado de craques do quilate de Harry Kane.

Você chegou em janeiro ao Tottenham depois de boa passagem pelo PSG. Como você analisa esses primeiros meses no futebol inglês?

Meus primeiros meses no Tottenham foram de adaptação ao novo campeonato, à cidade, ao clima de mudança de casa, de país. Mas foi tranquilo, todos me receberam muito bem, já conhecia o Aurier, com quem havia jogado no PSG. Me trataram muito bem, o ambiente é muito bacana. Foi tranquila a adaptação e estou muito feliz de estar vestindo a camisa de um grande time, jogar na Premier League, que era um grande sonho. É uma grande oportunidade na minha vida.

Você chegou ao futebol inglês no momento em que o meio de campo do Tottenham estava acertado, com Son, Dele Alli e Eriksen. Sabia que teria dificuldades de entrar no time logo de cara? Como foi sua adaptação?

Sabia que seria difícil. Cheguei na janela do meio da temporada, que não há tantas contratações. Quando eu cheguei o time já estava encaixado, brigando pelas primeiras colocações, estava muito bem na Liga dos Campeões. É muito difícil chegar e já ser titular. A expectativa era de chegar, me adaptar, de conhecer o ambiente, o novo elenco. Agora, é hora de aproveitar a pré-temporada, começar forte para poder conquistar uma vaga de titular nesta temporada.

Kane já fez dois gols na Copa do Mundo (Foto: Divulgação)

Será sua primeira temporada desde o início pelo Tottenham. Qual sua expectativa para 2018/19?

A expectativa é de começar bem, entrar forte e brigar por um lugar na equipe titular. O elenco é muito bom, com grandes jogadores, mas a temporada é longa, com muitos jogos. Com certeza eu terei muitas oportunidades. É aproveitar as chances que vão aparecer.

Ficou alguma mágoa com o PSG e o técnico Unai Emery, por não ter sido aproveitado nos seis primeiros meses? Houve algum atrito com o treinador, uma vez que você vinha de uma grande temporada no clube?

Mágoa nenhuma, não guardo mágoa de ninguém. Ficou aquele gostinho de que eu poderia ter ajudado a equipe, ter jogado. Com a chegada de Neymar e Mbappé, o elenco ficou ainda mais forte. Mas ficou aquela sensação de que eu poderia ter ajudado, encaixado muito bem no time. Mas não teve nenhuma mágoa. Às vezes, no futebol, acontecem coisas que você não entende. Na temporada anterior, fui um dos jogadores que mais atuei, fui vice-artilheiro do time atrás apenas do Cavani. Foi uma temporada muito boa. A expectativa era grande de que eu pudesse melhorar ainda mais, que pudesse jogar, o que acabou não acontecendo. Até hoje não sei o motivo, mas no futebol passamos por essas situações, mas não fico com mágoa.

Você teve a chance de jogar com Kane, Dele Alli e outros selecionáveis do Tottenham. Como você vê a Inglaterra nesta Copa do Mundo?

Eu acho que a Inglaterra está ressurgindo. Ficou um tempo longe dos holofotes, mas está retornando muito forte, geração muito boa. Ganhou o mundial sub-20. Uma equipe que pode incomodar e com certeza crescerá bastante nos próximos anos e terá um destaque ainda maior.

Todos os 23 jogadores da Inglaterra na Copa atuam no país. O que representa para a seleção ter todos os jogadores atuando na Premier League?

Mostra a força a força do Campeonato Inglês, torneio mais competitivo do mundo, que a cada ano prova isso. Dificilmente você vê jogadores ingleses atuando em outras ligas e isso com certeza mostra a força da Premier League.

Dele Alli é companheiro de Lucas Moura (Foto: Reprodução / Twitter)

A Inglaterra vem de duas eliminações precoces na copa de 2014 e Eurocopa. Com essa geração, qual será o papel da seleção no mundial? Quem pode ser o destaque?

Essas frustrações motivam ainda mais a seleção. Os jogadores vão entrar muito concentrados e motivados para poder fazer diferente nesta Copa do Mundo, para poder fazer uma boa campanha. A Inglaterra tem jogadores para isso. Se for para apontar um destaque, seria o Kane, um grande artilheiro, um jogador completo. Muito forte, que tem muita qualidade técnica, goleador. Tem tudo para ser o grande nome desta seleção.

O fato de a Inglaterra ter a terceira menor média de idade da Copa pode pesar negativamente?

Creio que não pesará muito para a Inglaterra. Claro que a Copa do Mundo é uma competição que exige um pouco de experiência e maturidade. Acredito que, nos dias de hoje, isso tem ficado cada vez mais de lado. O futebol está ficando cada vez mais precoce, com jogadores que nem atingiram 20 anos de idade sendo destaque no futebol mundial. Acredito que isso não será um grande problema para a Inglaterra. E pode ser bom para a seleção nos próximos mundiais, pois os jogadores chegarão com uma bagagem grande. Mas só durante a competição que vamos ver, como cada um vai se comportar.

Rival da Inglaterra no Grupo B, a Bélgica vem forte com 12 jogadores da premier league, inclusive De Bruyne e Hazard. Depois de uma copa na bagagem, eles têm condições de levar os Red Devils ao título?

A Bélgica é uma seleção que me agrada muito, com grandes jogadores. Tem um elenco muito forte, jogadores de destaque no futebol mundial. Agora, eles precisam de uma grande campanha, ganhar uma competição, para poder concretizar essa geração. É uma seleção que não tem muita tradição, que sempre chega com um bom time, mas nunca conquistou título. E essa é uma oportunidade de concretizar que é uma grande seleção e que tem capacidade para conquistar títulos. Não diria surpresa, mas pode ser destaque da Copa do Mundo. Eu a colocaria entre as favoritas. Um nível abaixo das principais, mas está entre as melhores.

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