Até a Copa do Mundo deste ano, os feitos africanos eram vistos como exóticos, excêntricos. Os sucessos eram vistos como escassos, por isso surpreendentes, mesmo que pouco estudados pelos demais continentes. O que Marrocos quer, diante da França, é derrubar mais um favorito, avançar à final e dar visibilidade a este lado tão pouco visto do globo.
- Vamos tentar tirar essa mentalidade. Chegamos com ambição de mudar o "mindset" do continente. Se estamos felizes só de chegar? Não, não é suficiente. Chegamos aqui, temos de dar tudo. O estado de espírito é esse. O rival é forte, estará pronto e nos respeitam. Derrotamos equipes fortes. Estamos aqui, provamos nosso valor. Mais perto da final, mais perto dos nossos sonhos - pregou o técnico Walid Regragui.
O Marrocos, de fato, já fez história. Esta geração chegou mais longe do que qualquer outra da África havia feito. Para tal, deixou a Bélgica ainda na fase de grupos e, em seguida, passou por Espanha e Portugal. Todos europeus como a França, rival desta quarta-feira. Mais uma equipe que terá de lidar com a marcante retaguarda marroquina.
- Sei que europeus não gostam do nosso estilo, estão nos criticando. Queremos ganhar pela África e por países que estão desenvolvendo seu futebol. Podemos mostrar que não há só uma forma de vencer. Eu não ligo para expectativa de gols, pela posse de bola... Diziam que tínhamos 1% de chance de ganhar a Copa, agora temos 3%, talvez. Ah, 12% de chance de vencer? Queremos ter mais do que isso amanhã - pregou o ambicioso treinador.
-> Confira a tabela da Copa do Mundo
Ambição foi característica dos Leões do Atlas desde o início do torneio. Não fez mal, como se pôde ver. E a equipe que tanta gente representa está fazendo história a cada passo. Nesta quarta-feira, mais um.