A bola parou de rolar na Rússia e terá de esperar mais quatro anos e meio para retornar aos holofotes. A Copa do Mundo de 2018 foi um espetáculo que coroou a França com o bicampeonato, mas a próxima edição tem tudo para ser a mais inovadora e luxuosa da história do torneio. O Qatar abre as suas portas para receber o evento em 2022 e conta com algumas mudanças drásticas para surpreender o mundo: novas datas de disputa, possibilidade de aumento para 48 seleções e um planejamento para conter o forte calor.
Será a primeira vez que o Oriente Médio receberá a maior competição entre seleções do mundo e a Fifa prevê um lucro recorde no evento. Entre estádios faraônicos, a construção de metrô que interliga todas as cidades e obras levantadas do zero, o LANCE! lista tudo que é possível saber sobre a próxima edição da Copa do Mundo. Confira!
Possibilidade de 48 seleções na Copa do Mundo
Há chance, mas ainda não está confirmado. A ideia da Fifa é que a Copa do Mundo passe a ter 48 seleções em 2026, no entanto o planejamento pode ser adiantado para 2022. Segundo o presidente da entidade, Gianni Infantino, ainda haverá uma reunião com os organizações para definir o numero de participantes. Até este momento, permanece com 32 equipes.
Datas: torneio será disputado entre novembro e dezembro
A grande novidade da próxima edição da Copa do Mundo é que, pela primeira vez na história do torneio, não será realizado entre os meses de julho e julho. Os dias serão entre 21 de novembro e 18 de dezembro, de acordo com a confirmação oficial da Fifa. O motivo é usar o inverno e evitar o forte calor que o Qatar enfrenta neste período, com temperaturas que atingem 50 graus.
Estádios climatizados para evitar o calor
Outra medida para enfrentar o calor no país localizado no Golfo Pérsico é a climatização de todos os estádios construídos para o torneio. Foi desenvolvida uma tecnologia que ajuda no resfriamento dos locais das partidas, além do reaproveitamento da energia solar para abastecer os ar-condicionados. Mesmo com os estádios sendo abertos, o resfriamento se fez necessário.
Construções: sete começaram do zero e um será desmontado após a Copa
Dos 12 estádios da próxima Copa do Mundo, nove serão construídos do zero e três serão reformados. Serão sete cidades-sedes: Al-Daayen, Al-Khor, Al-Rayyan, Al-Shamal, Al-Wakrah, Doha e Umm Slal. Um dos palcos que mais chama atenção é o Ras Abu Aboud, que será construído através de contêineres e desmontado após o torneio.
Estádio-cidade: palco da abertura e da final terá uma cidade ao seu redor
A obra mais faraônica é o projeto Lusail City, previsto para ficar pronto em 2020. Mas não apenas pelo estádio, mas por levantar uma cidade do zero em um local onde só havia areia. A obra US$ 45 bilhões (R$ 121 bilhões) vem tomando forma para receber até 450 mil moradores, turistas e ser palco da abertura e final da Copa do Mundo de 2022.
Será um terreno de 38km², onde serão construídos 39 bairros, rede de hotéis, marina, resorts internacionais, a criação de um centro de turismos e seguindo um perfil empresarial para atrair investidores e novas empresas para o país. O estádio é a maior propaganda do projeto empreendedor do Qatar.
Como estão as obras dos estádios?
As obras caminham em ritmo normal e um estádio já foi entregue. Os valores não foram divulgados. A organização pretende entregar todos os palcos até 2020, dois anos antes do início do torneio. A ideia é que todos sejam usados antes da Copas para ações sociais e com o público do Qatar.
O Khalifa International está pronto, enquanto os estádios de Al-Wakrah e Al-Bayt tem previsão de entrega até o fim deste ano. Para 2019, o Education Stadium e o Al-Rayyan devem ser entregues, enquanto outros três palcos serão concluídos em 2020: o Lusail, o Al Thumama e o Ras Abu Aboud.
Qatar foi denunciado por trabalho escravo na Copa
Em 2015, o jornal inglês "Mirror fez graves denúncias sobre as condições de trabalho nas obras para a Copa do Mundo de 2022. A publicação citou que houveram 1.200 mortos nas construções dos estádios e que os operários vivem em condições desumanas. A organização do torneio se defendeu, afirmando que refez as leis de trabalho no país exatamente para o Mundial, com a intenção de melhorar as condições aos trabalhadores.
Mobilidade urbana: aposta em assistir duas partidas no mesmo dia
O grande trunfo para o Qatar sediar a Copa do Mundo foi o seu projeto de mobilidade urbana. Todos as cidades estão localizadas em uma área de 11,581 ml quilômetros quadrados, sendo a maior distância entre elas de 55 quilômetros. Além disso, estarão interligadas por uma linha única de metrô, com o deslocamento não passando de uma hora.
A ideia da organização é estimular que os torcedores comprem ingressos para mais de um jogo no mesmo dia, garantindo que será possível chegar em qualquer estádio antes da bola rolar. É o motivo para o clamor do aumento para 48 seleções no Mundial: com maior número de jogos, maior número de ingressos vendidos e mais torcedores estarão estimulados a assistir.
Não há necessidade de visto para entrar no Qatar e fuso horário é de 6h
A burocracia é relativamente amigável ao turista no Qatar. Não é necessário obter visto ou qualquer permissão especial para entrar no país, apenas é preciso ter um passaporte. Todas as cidades anfitriãs do torneio têm o mesmo fuso horário: são seis horas a mais em comparação ao horário de Brasília.
Problemas com o calendário europeu preocupam a Uefa
Diferentemente das outras Copas do Mundo, a Europa terá problemas com o seu calendário devido ao torneio ser disputado entre novembro e dezembro. Como a Liga dos Campeões, Liga Europa, e ligas nacionais, estarão no meio da temporada, será preciso readequar as datas. A Uefa ainda não se pronunciou sobre o que pretende fazer.