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Pool da Copa: A arma secreta do Uruguai

Com a fase de Muslera do gol, a Celeste sabe o que fazer para surpreender seus rivais<br>

Fernando Muslera
Muslera virou uma das armas do Uruguai na Copa do Mundo (Foto: Twitter Selección Uruguaia)

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Forte nas bolas paradas e dono de um estilo vertical em que os ataques rivais são neutralizados o mais rápido possível, o Uruguai sempre consegue encontrar o gol. A Celeste não tem uma ampla gama de recursos ofensivos e geralmente enfrenta equipes que lidam mais com a bola. Mas sabe-se que sem a bola também há quem saiba jogar. E também vença.

Esta Copa do Mundo tem exemplos de sobra: Espanha, Alemanha, Argentina, Portugal e México foram eliminados na fase de grupos ou nas oitavas-de-final, apesar do respeito pela bola. Mas o futebol sabe de muitas receitas e formas. E o Uruguai tem o seu próprio, com características marcantes de identidade.

Defesa extrema, ataque vertical, posses curtas, transições rápidas. Agressividade nas bolas paradas. Facilidade para o jogo longo. Não apenas qualquer atacante é capaz de jogar e gerar o que Luis Suárez gera quando é abastecido por remessas remotas. Nem mesmo Edinson Cavani tem essa habilidade.

Isso nasce nas peladas. Nos campos pavimentados do futebol de várzea, onde bater é uma necessidade vital antes que o risco de um mal-intencionado lhe machucar.

Outro jogador muito capaz de segurar com o corpo, baixar ou virar é Maximiliano Gómez. No Defensor Sporting ele se cansou de fazer gols e gerar um jogo de pivô e depois ainda chega na área da categoria.

Com qualquer bola longa, o Uruguai pode machucar. E lá no fundo, bem no fundo, há um especialista em colocar bombas calibradas com precisão de GPS: Fernando Muslera.

O segundo gol de Edinson Cavani contra Portugal no sábado parece casual, mas não é. O zagueiro Pepe vai em frente para cortar e falha no cálculo. Em vez de subtrair o pente contra uma defesa desarticulada. Rodrigo Bentancur vê o espaço aberto e filtra um passe com um selo de craque. Cavani se consagra.

O gol trouxe todos os uruguaios de volta ao Brasil em 2014. Nos minutos finais do Uruguai-Inglaterra em São Paulo. Lá Muslera colocou Suárez para correr e o que falhou foi Steven Gerrard balançando a cabeça e esnobando Gary Cahill. Suarez, sonhando com coisas malucas, já imaginara tudo. Ele quebrou o arco para Joe Hart. Muslera confessou então que esta jogada era fruto de tentativa e erro constante no treinamento.

Entre tudo o que salva e a segurança que oferece, talvez passe despercebido que o goleiro do Galatasaray seja um excelente lançador, principalmente de baixo, e também tenha uma ótima técnica para o chute.

Não em vão, fruto do seu lançamento, o Uruguai acrescentou a Portugal o seu sexto gol após um longo remate de Muslera. A essa figura é adicionado outro gol alcançado em um amistoso contra o Japão em que Juan Castillo salvou.

Contra Portugal e Inglaterra, não menos do que para a Copa do Mundo, houve a ajuda involuntária de dois defensores rivais.

Na Copa América 2016, já eliminada depois de perder com o México e a Venezuela, o Uruguai goleou a Jamaica por 3 a 0 com uma grande atuação de Nicolás Lodeiro. O terceiro veio de um tremendo lançamento de Muslera. Gastón Ramírez saltou para o pente e a bola caiu no lado direito, onde Mathias Corujo ganhou a posição para o marcador, diagonalmente foi e chutou cruzado marcando seu único gol com a seleção.

No início das eliminatórias para a Rússia 2018, o Uruguai poderia esconder muito bem a ausência por suspensão de Luis Suarez. Ele venceu o Chile, o novo campeão da América em 2015, e a Colômbia, seu carrasco no Brasil em 2014 com 3 a 0 no Centenario. Contra o Chile, Muslera mandou uma bola longa que Cavani fez e Álvaro Pereira assumiu a liderança sobre o atacante Claudio Bravo. É tão simples

Contra a Colômbia, seu míssil calibrado foi penteado por Cristhian Stuani. Abel Hernandez foi para a direita, fisgou e acertou no poste mais próximo. Obviamente, nada é coincidência com o Uruguai.

Em dois amistosos, a fórmula também deu sua receita. Em 2008, foi Juan Castillo que enviou longo, Vicente Sánchez recebeu e colocou na área. Depois de um rebote Sebastian Abreu marcou.

Mais aqui na época (em 2015), contra o Panamá, Muslera colocou na cabeça para Corujo que colocou para correr para Jonathan Rodriguez. Isso abriu antes do goleiro e não conseguiu definir. Mas ele colocou um centro para segundo naipe que capitalizou Stuani no que tem sido, até agora, seu último gol com a seleção em que ele tem 42 jogos e cinco gols.

* O Pool da Copa é a união de grandes veículos de comunicação do mundo para um esforço de troca de informações. O objetivo é manter seus leitores por dentro do que acontece com as seleções de outros países, porém, com uma visão local.

Montagem Lance!/El Observador
LANCE! e El Observador são parceiros no Pool da Copa

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