Pool da Copa: ‘Busquets se destaca no Mundial e se mostra para o mundo’
A jornalista Cristina Cubero, do jornal catalão Mundo Deportivo, avalia a performance de Sergio Busquets nas duas partidas da Fúria na Copa do Mundo
Sergio Busquets gosta de passar despercebido. Ele é tão profissional, tão discreto, tão eficaz, que seu futebol parece dispensável quando é indispensável. Ele dá o equilíbrio. Sem confusão, impondo. Ele sai para jogar com um profissionalismo que se apaixona por aqueles que entendem o que uma equipe precisa para vencer uma Copa do Mundo.
Sim, requer um atacante para marcar de qualquer maneira. Precisa de um goleiro que não enlouqueça, controle os nervos, tenha uma cabeça na Copa do Mundo. E então precisa de um Busquets. E a seleção espanhola não precisa procurar cópias porque tem o original.
Del Bosque foi quem melhor entendeu a necessidade de Busi. "Se eu fosse um jogador desta seleção, eu gostaria de ser o Busquets". E Hierro deve pensar o mesmo. Você deve ser grato por ter o blaugrana em seu time. Busquets fez tudo o que costumava fazer muito bem discretamente, mas de repente se tornou visível, arriscando um chute da entrada da área que fez Alireza Beiranvand brilhar.
Teria sido justo que esse chute terminasse em um gol, apenas para alguém olhar com olhos diferentes para um jogador de futebol que não precisa do foco, das capas, da bajulação, dos tapinhas nas costas, não precisa porque se acostumou a jogar à sombra dos fenômenos, sendo ele mesmo um presente para seus companheiros.
Busquets faz o trabalho profissional e o Diego Costa também não falha, afinal estava lá, para se virar e procurar a oportunidade. Pode incomodar outras vezes, parece que não entende muitos dos códigos dos espanhois que jogam em outra frequência, mas o hispano-brasileiro já marcou três gols na Copa do Mundo e esses gols permitiram que a Espanha esteja na liderança do grupo. Os gols e o fato do time ter apenas um cartão amarelo, precisamente para Busquets no primeiro jogo contra Portugal.
Esse é o outro valor da Fúria, jogo limpo, futebol jogado para fazer a bola rodar, dominando todos os aspectos ou tentando, sem recorrer a faltas, perdas de tempo, simulações e tudo o que outras seleções fazem.
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