Pool da Copa: ‘Os costa-riquenhos comemoram o quê?’
O jornalista José David Guerrara, do jornal La Nación, encontra motivos para celebrar a Costa Rica mesmo após a eliminação na Copa do Mundo
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Celebramos que na Copa do Mundo da Rússia a Sele, "a equipe de todos", não estava em último lugar. Nos salvamos de fazer papel de bobo ocupando a 32ª posição! Um grande feito esportivo para fazer parte do grupo dos menos ruins. Na altura em que escrevi esta coluna ontem, a Costa Rica estava na honrosa 28ª colocação (acima do Egito, Polônia, Tunísia e Panamá).
Também celebramos que em pouco mais de 270 minutos de ação deixamos clara evidência de nossa vocação e poder ofensivo, pois conseguimos marcar dois gols, uma média de 0,66 entradas por jogo. Claro, nos dois primeiros jogos, contra a Sérvia e o Brasil, ficamos em branco, mas a poderosa Suíça pagou pelas placas quebradas.
Em terceiro lugar, confirmamos, apesar das previsões maliciosas dos insignificantes e invejosos de sempre, que Johan Venegas merecia estar presente nesta Copa do Mundo. Quantas bolas chegaram na área? Pelo amor de Deus, não nos foquemos em pequenas coisas! De qualquer forma, esse bom "matador" brilhou mais do que o holandês Arjen Robben, o italiano Andrea Belotti ou o sueco Zlatan Ibrahimovic. Ele os superou muito!
Além disso, levamos a sério essa oportunidade de ouro para começar a preparar a tão necessária mudança geracional dos membros do time costarriquenho. Com a visão de longo prazo que nos caracteriza, atrevemo-nos a convocar um bom número de jovens talentosos que, sem dúvida, acrescentaram experiência para a próxima pré-eliminatória da Copa do Qatar em 2022. Mostraremos ao mundo que somos fiéis e defensores da processos de treinamento.
Outra razão para celebrar: o fato de que, embora tenhamos desempenhado um papel importante na democracia exemplar e invejável liderada por Vladimir Putin, não superamos a proeza do Brasil 2014 nem chegamos à final do torneio por ateus e hereges. Sim, sem mencionar Deus no dia 1º de junho, dia em que o Presidente da República benzeu Sele. Vamos servir de lição.
Sexto motivo: a maturidade demonstrada por alguns jogadores e pela equipe técnica para admitir erros na abordagem estratégica e enfrentar as perguntas tolas feitas aos jogadores.
Vamos celebrar!
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