Pool da Copa: ‘Não há porque temer Luis Enrique na Espanha’

Josep M. Artells, do Mundo Deportivo, acredita que a federação espanhola escolheu o nome certo para assumir o comando da seleção

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Não há nada de estranho na eleição de Luis Enrique. O treinador que revitalizou o Barça, devolvendo-o ao caminho do sucesso após uma fase de afetação do jogo e falta de fissura nas trincas, é o homem que deve reativar e regenerar uma seleção plana, que não correu riscos na Copa do Mundo e com veteranos abrindo a porta de saída.

A análise da Copa do Mundo é ruim, mas seu futuro não deve ser exagerado. A base, o talento e a ideia do jogo estão lá, mas eles não foram suficientes para competir. Isso é o que a Fúria não fez na Rússia. Bélgica e França, com Bob Martinez e Deschamps, mostraram que é bom adotar novos registros. E corra tanto quanto o rival.

Não precisa ter medo de Luis Enrique. Lucho garante profissionalismo, o retorno à pressão após a perda da bola e uma nova encenação da seleção. Não é ruim ser obsessivo com o preparo físico e com o quadro negro, que foi o segredo do retorno do Barça aos títulos e é disso que a equipe precisa depois de anos vivendo de memória.

Não precisa ter medo de Luis Enrique. O asturiano é um treinador em constante evolução, com uma noção do grupo acima das estrelas. Ele não quer 1.110 passes inúteis, ele quer a posse, mas fechando as jogadas. Aqueles que o temem associam Clemente a ele para denegri-lo.  Nada está mais longe da realidade. A seleção não precisa de relações públicas, nem de alguém que vive pendente dos meios de comunicação.

Já foi dito que Lucho deve chegar mais aberto porque La Roja é um projeto comum. Ok, mas aqueles que já estão na fila da frente para reprovar seu personagem podem abaixar as armas. Em Barcelona, ele teve alguma briga, mas também é verdade que ele foi provocado. Será interessante ver essa evolução.

Não precisa ter medo de Luis Enrique. Os fãs só querem sucessos e o retorno do jogo bonito. Traz para o público o que a imprensa pensa, que sempre fez muito barulho em torno da seleção. A decisão de Rubiales é corajosa e bem sucedida porque coloca a equipe espanhola novamente na rampa de saída, sem subordinações ou dívidas com ninguém. Do jeito que o novo treinador gosta.

* O Pool da Copa é a união de grandes veículos de comunicação do mundo para um esforço de troca de informações. O objetivo é manter seus leitores por dentro do que acontece com as seleções de outros países, porém, com uma visão local.

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