Maestro Tabárez tem a música "José sabe" como tema de La Vela Puerca. É que além da música há parte das letras e seus conceitos que atendem diferentes situações e principalmente no futebol. Como quando eles cantam "... e também o prazer de ganhar e perder, quando tudo parece estragado é quando você tem que colocar".
Nesta data especial para o futebol uruguaio, que marca mais um aniversário do feito do Maracanã em 1950, vale a pena concluir que ele deixou de ser um fardo para as gerações posteriores e se tornou uma inspiração.
O próprio Mestre expressou que achava que "o Maracanazo tinha um efeito negativo: as gerações subsequentes recebiam a mensagem, subliminarmente, de quais campeões eles eram e não os de hoje, como se nada do que fosse feito tivesse o mesmo sentido do Maracanã ", disse ele à "Folha do S. Paulo" em 2014 e repetiu na coletiva de imprensa antes do jogo contra a França, há alguns dias.
Claro que isso não implica o respeito que o conselheiro celeste sempre teve pelos jogadores que fizeram o retorno olímpico mais lembrado na história do futebol quando ele tinha apenas três anos de idade.
- Não há nada que aconteceu ou poderia acontecer depois de 16 de julho de 1950, que tiraria algum sentido do que o Maracanã tem sido para os uruguaios, para mim é a grande história do nosso futebol. Mas porque eu estou interessado, não para me gabar ou projetar para o futuro -, disse ele no mesmo ano em uma entrevista para o programa "En Perspectiv"a.
Esse peso que durante décadas teve a escritura de Maracanã em escolas e campos celestes, que mochila enorme foi bem utilizado por Tabárez e, finalmente, deu o que ele queria dizer: que os jogadores voltaram a acreditar que poderiam, como aconteceu mais do que nunca nesta última Copa do Mundo da Rússia 2018.
O futebol e o mundo mudaram muito desde aquele momento inesquecível para o futebol uruguaio. Hoje, os jogadores de futebol de elite, mesmo os deste país, tornam-se fortes e bem-sucedidos na Europa. É aí que as grandes ligas, os clubes bilionários, as nações mais ricas.
Isso é algo impossível de se pensar para o Uruguai. Não só no nível do futebol, nem no nível do país. Naquela época, o celeste era um poder de futebol e o de 1950 acabava de promover, de iniciar o que tinha sido um passado glorioso nas décadas dos anos de 1920 e 1930.
Houve uma grande mudança. Hoje custa à equipe nacional uma enormidade para enfrentar adversários que superam abertamente em vários aspectos e Tabárez explicou na nota acima, mas tem matéria-prima para acreditar que é possível.
- Tudo mudou. Não custa um enorme esforço para confrontar poderes além nos demograficamente, em número de jogadores elegíveis nos níveis de organização e poder econômico. O mundo do futebol está organizado por fluxos migratórios de jogadores que estão todos para a Europa, porque existe a elite do futebol mundial em termos de possibilidades - explicou o Maestro antes do Brasil 2014.
O que o Uruguai tem sobre os poderes é a história e a cultura do futebol. Em que você pode ver refletido com países do primeiro mundo do futebol. O Mestre revelou alguns tópicos de Maracanã que ele estava ouvindo ao longo dos anos, que não eram verdadeiros e que o faziam vislumbrar.
- Eu ouvi que eram mais talentosos do que os brasileiros, 100 jogos vamos ganhar um, que a bola morria nos nossos pés, que demos pontapés. Todas as mentiras. Naquela época, os brasileiros não eram superiores aos uruguaios. Um dia, viajando para a Itália para um amistoso em Verona, conversei com Juan Schiaffino e me disse que o Uruguai tinha apenas 11 faltas. tivessem jogado vários amistosos anteriores e alguns deles tinha ganho Uruguai. que mistificação e que desinformação levou a esse legado, dando continuidade histórica , aquele que teve os campeões de 1950 em relação aos campeões olímpicos (de 1924 e 1928), que os admiraram e se fizeram à luz deles, então pararam - acrescentou Tabárez.
Os Bentancur, Torreira, Godín, Suárez, Cavani, Vecino e companhia, são muito claros sobre o que o Maracanã era porque o próprio Mestre estava encarregado de pedir que fossem penduradas fotos diferentes por lá. Pois, caso fosse necessário, conheciam Obdulio, Gambetta, Ghiggia, Julio Pérez, Míguez e Schiaffino, entre outras fissuras daquele indelével dia 16 de julho.
Essa admiração de Tabarez estava levando ao passar dos anos e gerações, pouco a pouco, os jogadores de futebol uruguaios novamente se tornaram protagonistas. Além das enormes diferenças econômicas que existem.
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