Pool da Copa: os segredos da arma mortal da seleção do Uruguai

Jornal 'El Observador' dá detalhes de como a Celeste transformou a jogada aérea em uma importante aliada na busca pela vitória. Trata-se de um trabalho de longa data

imagem cameraGiménez comemora o gol contra o Egito (Foto: AFP/JORGE GUERRERO)
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Lance!
El Observador
Dia 19/06/2018
06:51
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A loucura da celebração fez os olhos ficarem molhados. Agonizante, especial, como os uruguaios gostam disso. O país ficou assim com a cabeçada de José María Giménez e não viu mais nada. Para a grande maioria dos uruguaios, o objeto da vitória contra o Egito foi o produto da sorte dos deuses do futebol a ou da varinha mágica que tocou os celestes novamente. No entanto, atrás há um trabalho de horas e anos.

De volta a 2011, quando o Uruguai enfrentou a Argentina e teve uma falta para bater perto da área. Diego Armando Maradona disparou uma frase que foi muito repetida após a eliminação dos argentinos para os uruguaios na Copa América: "Esse Lugano quando vai para a área não olha para seu próprio rosto e nem para a própria mãe ". Reflexão fiel de como o Uruguai age nas bolas paradas.

E, embora existam momentos em que a informação é instantaneamente conhecida devido à invasão de redes sociais e até mesmo onde o treinamento por drone é espiado, o Uruguai continua a aproveitar sua especialidade.

Poucos percebem na meta do Uruguai que a ação começa com um trabalho de deslocamento de Luis Suárez, no melhor estilo de basquete. De fato, no vídeo que passa pelas redes sociais, você pode perceber que o árbitro interrompe o jogo e chama sua atenção antes que Sanchez seja utilizado.

Suárez funciona como uma espécie de cortina, que se coloca entre o marcador e os zagueiros do Uruguai que vão para a área. No lance do gol contra o Egito, ele abre os dois braços e bloqueia dois marcadores que iam tentar neutralizar Godín. Um homem que era especialista nesse tipo de tarefa era Palito Pereira. A revisão de vários dos gols do Uruguai sob o comando de Tabárez permite verificar que em vários deles Palito se colocou como cortinas.

Os zagueiros uruguaios também têm seus segredos nesta história da bola parada: desde a defesa até o caminho que percorrem para chegarem à meta rival. O salto duplo dado por Josema Giménez para atingior a bola no gol contra o Egito foi popularizado nas redes sociais. Mas há outros detalhes: Godin entra e sai do lance para ganhar impulso.

Ninguém duvida que para aproveitar as ações da bola parada deve ter um bom desempenho. Peñarol foi um exemplo claro quando conquistou o penta no Uruguai. O trabalho de Bengoechea alcançou inúmeros gols: "Pablo tinha um GPS no seu sapato, nunca vi nada igual, coloquei a bola onde queria", revelou Luis Alberto Romero, um homem que se cansou de fazer gols com os centros da Bengoechea.

No Uruguai, o especialista é Carlos Sánchez. As estatísticas são eloquentes. Ele é o segundo assistente da era Tabárez, com 19 assistências contra os 25 de Luis Suárez. Dos 19 passes de escanteio, 15 foram méritos de como bateu na bola. Que venha a Arábia Saudita!

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