Pool da Copa: ‘Teoria e prática’
Iñaki Ugalde, jornalista do Mundo Deportivo, vê a Seleção da Espanha sem estilo de jogo próprio nesta Copa do Mundo
o futebol é futebol. Que razão Boskov teve? O mesmo esporte, várias formas de compreendê-lo e desenvolvê-lo. Para os testes (de Moscou) eu me refiro.
Uma Copa do Mundo como a atual na Rússia serve para confirmar que não existe uma fórmula única. Cada seleção tem seu próprio estilo e todos eles, gostem ou não, servem para competir. Parece um truísmo, mas não deveria ser assim quando a ideia de 'para ser o melhor tem que tocar, tocar e tocar' é cada vez mais difundida. Grande erro.
Ter um estilo de partida definido é um triunfo em si. A Argentina, por exemplo, não tinha um patrono sob o bastão desorientado de Sampaoli. O Peru foi o primeiro a cair, mas Gareca e seus jogadores, por outro lado, sabiam em todos os momentos o que estavam jogando. O mesmo que a Rússia contra a Espanha, não importa quão rudimentar fosse a proposta dos anfitriões.
Basta deixar um cara grande lá na frente e colocar dez para trás para neutralizar o tiki-taka. A metáfora da Copa do Mundo em espanhol não é outra senão Isco sendo destaque um jogo e outro também dentro de um bloco que faltava argumentos ofensivos para quebrar seus rivais. Gols são amor.
Outras combinações variam em estilo dependendo do momento. Brasil, Bélgica e França, entre outros, passam e revisam quando o momento da partida exige e eles colocam o direto quando não tem outro ou vice-versa. O adversário, claro, também joga.
A teoria do futebol, agora e sempre, só se encaixa no nível do quadro negro. Então, quando a bola cai em verde, não há escolha a não ser adaptar-se às circunstâncias. O resto é apenas verso.
* O Pool da Copa é a união de grandes veículos de comunicação do mundo para um esforço de troca de informações. O objetivo é manter seus leitores por dentro do que acontece com as seleções de outros países, porém, com uma visão local.