Dois estilos serão colocados frente a frente no embate entre Portugal e Marrocos, pelas quartas de final da Copa do Mundo. Com 11 gols, a seleção portuguesa possui o melhor ataque da competição, ao lado da Inglaterra. Já os Leões do Atlas foram vazados apenas uma vez nos quatro jogos disputados, e detêm a melhor defesa da Copa do Mundo.
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Para superar o ferrolho defensivo marroquino, Fernando Santos deve manter Cristiano Ronaldo no banco para seguir com Gonçalo Ramos entre os titulares. A decisão gera controvérsia, mas há méritos táticos que motivam o treinador.
Desde a preparação da seleção lusa para o Qatar, Fernando Santos bateu na tecla de praticar um futebol anárquico, sem uma clara liderança em campo, prezando pela imprevisibilidade do coletivo, em uma espécie de ‘bagunça tática’ para atacar, onde não há uma clara identificação sobre a posição ocupada pelos jogadores mais ofensivos.
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Aos 37 anos e perto do final de sua carreira, CR7 não possui mais a mesma explosão e se transformou em um “9 clássico”, menos participativo no jogo coletivo e com menor mobilidade em campo. 10 dos 11 gols anotados pelos portugueses não tiveram participação direta de Cristiano, que é o jogador mais vezes flagrado em impedimento (7) no Qatar.
Sem pontas e com um meio-campo povoado, Portugal joga em um estilo de passes curtos e muita movimentação, algo que Gonçalo Ramos consegue desempenhar com maior fluidez em comparação com Cristiano Ronaldo.
O atleta do Benfica é um centroavante mais moderno, capaz de jogar fora da área e bagunçar a linha defensiva adversária realizando corridas em diagonal para abrir espaços para outros jogadores, e isso será fundamental para desbloquear espaços na ótima defesa marroquina, que tem um contra-ataque forte com Hakime e Ziyech.
Mesmo assim, CR7 será importante para Fernando Santos, que deve lançar o astro de 37 anos no segundo tempo, especialmente caso a defesa marroquina prevaleça sobre a liberdade tática portuguesa.
Próximo de seu principal objetivo no final da carreira, Cristiano Ronaldo novamente terá o seu estado mental colocada à prova, e Portugal terá grandes chances de avançar à semifinal caso CR7 deixe o ego de lado e lidere a seleção pelo exemplo, fora de campo.