Primeira geração de ouro da Croácia fez parte de uma eliminação da Seleção Brasileira? Entenda a história

Croácia já participou de uma eliminação do Brasil em torneios da Fifa

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Próxima adversária do Brasil na Copa do Mundo, a Croácia é um dos países mais "novos" do Mundial. Porém, já chegou a uma final com tão só 28 anos de independência e tem feitos emblemáticos em campo. A partir do período da construção de um estado independente, também começou a ser construída a geração de precursores para o futebol do país. Veja como o futebol croata foi construído em uma nação independente em tão pouco tempo.


O CONTEXTO

Apesar da base da Iugoslávia se concentrar na Sérvia, onde fica a capital Belgrado, o futebol iugoslavo era muito equilibrado no sentido da localização das forças, onde a Croácia dividia o protagonismo. Além da dupla da capital formada por Estrela Vermelha e Partizan, outros dois clubes croatas endureciam a disputa e agregam mais força para o cenário da liga iugoslava: O Hajduk Split e o Dínamo Zagreb, clube que inclusive era ligado com o movimento nacionalista croata.

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GERAÇÃO IUGOSLAVA COM UM 'QUÊ' CROATA

Contudo, a partir dos anos 1980, começa a se construir uma nova geração dentro do futebol iugoslavo. Liderada pelo treinador croata Mirko Jozic (que foi campeão da Libertadores em 1991 com o Colo Colo), a seleção Iugoslava foi para o Mundial sub-20 no Chile, em 1987, com uma geração promissora. Lá estavam referências como Boban, Suker, Prosinecki e Stimac.

A Iugoslávia ficou em um grupo com os anfitriões chilenos, Togo e a Austrália. Logo na estreia, venceu os donos da casa por 4 a 2, com dois gols do craque Davor Suker em um Estádio Nacional de Santiago lotado com mais de 80 mil pessoas. Suker anotou mais dois na goleada por 4 a 0 no segundo jogo, diante da Austrália. A talentosa geração fechou a fase de grupos batendo Togo por 4 a 1.

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BRASIL PELA FRENTE E, MAIS TARDE, TÍTULO CONQUISTADO

Nas oitavas de final, veio o embate contra a Seleção Brasileira, que fazia frente naquela época. Hoje auxiliar de Tite, o volante César Sampaio atuava na lateral direita. Ronaldo Giovanelli ocupava a meta, enquanto os meias Bismarck e William municiavam, enquanto Alcindo era a esperança de gols brasileiros.

Coube a Alcindo abrir o marcador ao fim do primeiro tempo. Porém, na etapa final, a Iugoslávia virou em duas bolas paradas: a primeira, foi um cruzamento na área para Mijatovic cabecear. No segundo gol, Prosinecki bateu uma linda falta no ângulo.

Depois de tirar o Brasil, a seleção iugoslava enfrentou as duas Alemanhas na semifinal. Primeiro venceu a Alemanha Oriental por 2 a 1. Na final contra a Alemanha Ocidental, Boban abriu a conta aos 40 minutos da etapa final, mas na marca dos 42, os alemães empataram. Nos pênaltis, a Iugoslávia conseguiu se impor e se sagrou campeã do mundo da categoria.

A conquista, no entanto, foi pouco antes da dissolução do estado iugoslavo, que já começava a ruir desde a morte do líder Josip Tito. Três anos depois, a Iugoslávia disputou a Copa do Mundo na Itália e a seleção contou com apenas dois croatas: Prosinecki e Suker.

A Croácia entraria em guerra contra o poder central pela independência, que foi obtida em 1994. O conflito em si durou até o ano de 1995, um ano depois da federação croata se filiar à FIFA, obtendo o direito de competir como uma nação independente no futebol. Os que estavam no Mundial de Juniores de 1987 voltaram a jogar juntos pela seleção da Croácia. O técnico daquele time seria Ciro Blazevic, que tinha sido campeão iugoslavo com o Dinamo Zagreb.

ENFIM, A PRIMEIRA GERAÇÃO CROATA DE FATO

O primeiro grande torneio daquela geração foi a Euro de 1996. Naquela ocasião, os croatas foram bem na fase de grupos, mas caíram para a Alemanha, que seria a campeã daquela edição. A seleção croata deixou a competição com um gosto de “quero mais''..

O melhor veio mesmo em 1998. A Croácia ficou no mesmo grupo da Argentina, para quem perdeu na estreia, mas conseguiu vencer a Jamaica e o Japão. Nas oitavas, bateram a Romênia, surpresa da Copa anterior. Depois viria o grande apogeu, quando a equipe croata bateu a Alemanha com um contundente 3 a 0, vingando a eliminação de 1996. A seleção cairia para a França, porém ficaria em terceiro lugar naquela edição, justo em sua primeira participação. Davor Suker foi o artilheiro daquele Mundial e liderou o time naquela histórica façanha.

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