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Procurada pelo mundo, Islândia tem 100 pedidos de entrevistas por dia e tenta novo feito para seguir ‘loucura’

Após façanha na Eurocopa de 2016 e conquista inédita de vaga na Copa de 2018, seleção ganhou manchetes pelo mundo. Será que dá para escrever outra página épica na Rússia?

Torcedor da Islândia, sempre empolgado, na Copa
imagem camera(Foto: AFP/NICOLAS ASFOURI)
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Lance!
Enviado especial a Moscou (RUS)
Dia 25/06/2018
13:52
Atualizado em 26/06/2018
06:00

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O sonho islandês (mais um) continua. Uma vitória nesta terça, às 15h, em Rostov, contra a Croácia, dependendo do resultado entre Nigéria e Argentina, pode escrever mais um capítulo épico na história do menor país da Copa do Mundo, com cerca de 335 mil habitantes. O "boom" da seleção nacional, que surpreendeu ao ir às quartas da Eurocopa de 2016, e garantiu em 2017 pela primeira vez uma vaga no Mundial, fez o mundo procurar a Islândia, situação inédita para um país com trajetória futebolística inexpressiva.

Imagine como era o trabalho de Ómar Smárason até 2016. Mas quem é Ómar? É o assessor de imprensa islandês, o responsável por receber pedidos de entrevistas e repassar informações a veículos de todo o mundo. De todo o mundo, na verdade, só há pouco tempo, o que transformou a sua rotina.

- Antes da Euro, até existia o interesse da mídia da Europa no futebol da Islândia, alguns de outros continentes. Mas com a chegada da Copa do Mundo o negócio explodiu totalmente. Há um grande número de veículos de comunicação estrangeiros em todos nossos eventos desde então. É um pouco louco, para ser honesto - contou Smárason, ao LANCE!.

Os olhos do mundo começaram a se voltar para a Islândia quando a seleção chegou perto de conseguir uma vaga para a Copa do Mundo de 2014, no Brasil. A seleção caiu na repescagem, contra a Croácia, no fim de 2013. As façanhas de 2016 e 2017, no entanto, colocaram a imagem do país e de sua carismática torcida em todo o planeta. O telefone de Smárason não parou mais de tocar.

- Fica até difícil falar um número, mas posso dizer que são cerca de cem pedidos por dia de entrevistas ou pedidos de informações sobre nossa história. Simplesmente não conseguimos atender a todos, só mesmo nos eventos de mídia programados (como os oficiais na Copa) - afirmou o assessor.

O país de 335 mil habitantes tem 30 veículos de comunicação locais que estão na Rússia cobrindo a chance de mais um feito épico. As vendas de camisas da Islândia, antes da Copa, foram dez vezes maiores do que em 2016. Imagine, então, se a seleção nacional deixar a Argentina fora da Copa do Mundo...

- A maioria das pessoas é realista. Estamos em um grupo muito difícil. No entanto, mostramos que podemos obter bons resultados contra oponentes formidáveis, e chegamos à Rússia cheios de confiança. Vamos ver o que surge - comentou Smárason.

As cenas de festa que ficaram na cabeça de todos os islandeses no dia da classificação à Copa do Mundo podem se repetir em Rostov. A proximidade da torcida com os atletas e o técnico Heimir Hallgrimsson é uma marca.

- Foi um dia especial, os fãs ficaram loucos. A equipe saiu para jantar e os fãs seguiram, começaram a cantar e cantar, os jogadores participaram. Algumas ótimas cenas e boa diversão. E nosso relacionamento com a mídia também é descontraído, o treinador é aberto e receptivo - declarou Smárason.

Para se ter uma ideia de como é a relação entre time, torcida e imprensa, há uma rotina inimaginável no Brasil ou em qualquer grande seleção que acontece com o time islandês. Foi num pub na Islândia que a festa relatada por Smárason aconteceu. Neste bar, o treinador Hallgrimsson reúne sempre os jogadores também antes dos jogos, para as orientações finais. Com torcedores no mesmo ambiente - todos respeitam os pedidos do comandante para que a ordem seja mantida. O pub fica próximo ao estádio onde o time joga, em Reykjavík, a capital islandesa que concentra 122 mil habitantes.

Para onde os islandeses irão em caso de festa na noite desta terça, em Rostov, ninguém sabe. O que é preciso acontecer antes? A Islândia, com um ponto, precisa vencer a líder Croácia, que tem seis. Neste cenário, seria preciso ainda que Argentina e Nigéria empatem ou que os argentinos vençam, mas sigam atrás no saldo de gols. Hoje a vantagem é de um gol para a Islândia.

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