Um dos melhores laterais direitos da Copa-2018, o croata Sime Vrsaljko sofreu, nas quartas de final contra a Rússia, uma lesão no joelho esquerdo. Um problema mesmo local o tirou dos gramados por quatro meses em 2017, desfalcando o Atlético de Madrid. Assim, a sua chance de jogar a partida desta quarta-feira, em Moscou, no Estádio Lujniki, contra a Inglaterra, pela semifinal da Copa do Mundo, é mínima. Entretanto, em entrevista à TV croata HNTV, o jogador disse levar fé que pode se recuperar a tempo de tentar ajudar a sua seleção a conseguir pela primeira alcançar a final da competição.
- Na prorrogação contra a Rússia, senti uma fadiga no joelho. Algo estranho. Depois de conversar com os médicos, eles decidiram que eu deixasse o jogo. Mas estou me tratando e sigo com a esperança de que irei conseguir me recuperar a tempo de enfrentar a Inglaterra – disse o lateral à HNTV.
A determinação de Vrsaljko em estar na semifinal pode ser um sinal de doação do jogador, mas a verdade é que o treinador Zlatko Dalic, desde que assumiu, não escala nenhum atleta que não esteja 100% e os médicos dizem que a recuperação do lateral é improvável para a semifinal e muito duvidosa para a final ou a disputa do terceiro lugar. A seu favor é que ele não tem substituto especialista e será necessário uma improvisação no setor:
- Sei que a saúde está em primeiro lugar, mas estamos falando de um jogo da semifinal de Copa do Mundo. Mas também sei que quem for escalado precisa estará 300% - disse Vrsaljko, que se não jogar cederá a vaga para o zagueiro Corluka (esta foi a mudança que Dalic fez na prorrogação contra a Rússia).
Resta saber se Corluka será improvisado como lateral, ou se entra na zaga com Vida passando a jogar pela direita.
A imprensa croata especula que o treinador Zlatko Dalic não deverá fazer mistério e deverá confirmar se Vrsjalko jogará ou não na conferência de imprensa, nesta terça-feira, às 19h30 (13h30 de Brasília), no Estádio Lujniki.
Vrsaljko analisa gerações croatas e o cansaço do time
Na entrevista à TV croata, o lateral-direito também analisou como vê a comparação entre a geração Suker, que levou o país ao terceiro lugar na Copa do Mundo da França, há duas décadas, e esta atual.
- A geração de 1998 colocou a barra mais alta para as gerações seguintes superarem. Estamos em condições de, pelo menos, repetir o seu feito. Mas é claro que, ao chegarmos até aqui, queremos mais: queremos ganhar a Copa.
Por fim, o lateral falou sobre como vê o cansaço da equipe croata após dois jogos seguidos com 120 minutos:
- Lógico que jogamos duas partidas com prorrogação e pênaltis e sem muito tempo para descansar. Mas, repito: estamos numa semifinal e temos de aprender a nos recuperar rapidamente.
Histórico do lateral: bom futebol e poucos gols
Natural da cidade de Rijeka, Vrsajko, que tem 26 anos, começou no Dínamo de Zagreb. Negociado ao Genoa (ITA) em 2013, passou por Sassuolo (ITA) e, desde 2016, é lateral do Atlético de Madrid. Também defendeu todas as seleções da base da Croácia e desde 2011 é chamado para o time principal. Como ponto forte está o fato de ele ser muito habilidoso, ser muito bom na marcação e ter qualidade no apoio. Como pontos francos, há o seu histórico de lesões e o fato de marcar pouquíssimos gols. Em três anos, Vrsaljko fez apenas um com a camisa do Atlético e na seleção, em 39 jogos, não marcou nenhum.
Banco de Srna
Vale lembrar que Vrsaljko tem número alto de convocações e pequenos de jogos pela Croácia, por um detalhe: esquentou durante muito tempo o banco para Srna, um dos maiores ídolos da história do futebol croata, até hoje o jogador que mais defendeu a seleção (134 partidas) e, diferentemente de Vrjalko, um lateral-artilheiro: ao se aposentar do time nacional (no qual era o capitão há uma década) após a Euro-2016, Srna havia marcado 22 gols. Isso o coloca como o quarto maior artilheiro, atrás de Suker (45), Mandzikic (31) e Eduardo da Silva (29).
Dois detalhes sobre Srna
Atualmente Srna ainda joga profissionalmente. Ele foi recém-contratado pelo Cagliari (ITA), após 15 anos no Shakthar Donetsk (UCR), onde ganhou 19 títulos.
Vale citar que Srna ainda cumpre pena de 17 meses (que terminará no próximo mês) por uso de substância proibida (hormônio que aumenta a testosterona).